Economia

Com Evo e Reinaldo, acordo viabiliza compra de gás para nova termelétrica

Circuito MS

7:50 05/06/2019

[Via Campo Grande News]

Foi assinado nesta terça-feira (4) em Santa Cruz de la Sierra, na Bolívia, o acordo de fornecimento de 1,1 milhão de metros cúbicos da YPFB (Yacimentos Petrolíferos Fiscales Bolivianos S/A) para a Termelétrica Fronteira, a ser construída na região de Ladário pela Camaçari RJ Participações ao custo de US$ 300 milhões. O evento reuniu na cidade do país vizinho o presidente boliviano, Evo Morales, o ministro Luis Alberto Sanches (de Hidrocarburos) o governador Reinaldo Azambuja (PSDB) e representantes da empresa.

“Vamos poder juntos, governo boliviano, governo de Mato Grosso do Sul, a Global e a Camaçari, gerar energia. Então vocês, além de fornecer o gás, vão ser sócios de um empreendimento que vai poder gerar energia e irrigar as linhas de transmissão do Brasil”, declarou o governador.

Pelo empreendimento, a Camaçari pretende erguer uma usina termelétrica com capacidade de gerar 266,4 megawatts de energia e participar do leilão de energia Nova A-06, que deve ser realizado pela Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) em 29 de setembro. A empresa deverá apresentar documentação comprovando ter disponibilidade de gás para manter a unidade funcionando de forma contínua.

Segundo o secretário de Meio Ambiente, Desenvolvimento Sustentável, Produção e Agricultura Familiar, Jaime Verruck, o contrato garante a demanda de gás para a Camaçari, encerrando um processo de negociação iniciado há mais de dois anos com a Bolívia.

“Temos que lembrar que para o governo de Mato Grosso do Sul é extremamente importante essa parceria com o governo boliviano, principalmente em função do gás natural, não é só para essa termelétrica, mas hoje a Bolívia é a principal fornecedora de gás natural para o Brasil e, consequentemente, de ICMS para o Mato Grosso do Sul”, destacou o secretário.

Reinaldo também manifestou a bolivianos interesse no fornecimento de ureia e potássio. (Foto: Governo da Bolívia)Reinaldo também manifestou a bolivianos interesse no fornecimento de ureia e potássio. (Foto: Governo da Bolívia)

Nitrogenados – Além de discutir a termelétrica, o governo trabalha para que a UFN3, unidade de produção de fertilizantes nitrogenados em obras em Três Lagoas e que também depende do gás, possa fazer compras diretas do combustível –cujo consumo foi estimado em 2,2 milhões de metros cúbicos por dia.

A unidade, começou a ser construída em 2011 e teve as obras paradas em 2014, entrou em processo de venda para um grupo russo, que acabou enfrentando entraves jurídicos. Os investimentos no local já superam R$ 4 bilhões, com 81% do projeto estando concluído.

Reinaldo convidou as autoridades da Bolívia a conhecerem a unidade e o potencial da produção e celulose em Três Lagoas, outro potencial cliente do gás.

Compromissos – Também na Bolívia, o governador e Evo assinaram termo de cooperação nas áreas de gás, ureia e potássio.

“Poder fazer essa parceria na importação de ureia e do potássio é importante. O Brasil importa todo o potássio consumido de outros países e hoje podemos ter outra oportunidade, que é a compra do potássio produzido na Bolívia, para a produção agropecuária no Brasil. Então, mais do que a assinatura de um termo de compromisso, é firmar realmente uma integração também nas áreas cultural, turística”, Reinaldo.

O governador sul-mato-grossense ainda apresentou ao presidente boliviano o projeto da ferrovia Transamericana, apresentado como um corredor ferroviário bioceânico que encurta distâncias entre os portos de Santos (SP) e do Chile e Peru, reduzindo custos e aumentando a competitividade dos produtos sul-americanos.

“Esse modal é uma extensão das ferrovias brasileiras, adentrando ao território boliviano e chegando aos portos peruanos e chilenos”, destacou o governador. Evo, por sua vez, definiu o projeto como importante par a economia da Bolívia.

Discutida também com os Estados de São Paulo e do Centro-Oeste, o canal de escoamento tem 1,7 mil quilômetros de extensão, atravessando Mato Grosso do Sul de leste a oeste –de Três Lagoas a Corumbá. O trecho é administrado pela Rumo Logística, mas deve ser contemplado com investimentos do PPI (Programa de Parcerias de Investimentos), do governo federal.

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