Economia

Com gasolina cara, abastecer com etanol fica mais vantajoso em Campo Grande

Circuito MS

10:29 21/09/2020

Foto: Bruno Henrique / Correio do Estado
Litro do combustível derivado de petróleo custa R$ 4,39, enquanto o álcool é comercializado a R$ 2,89 em média

Em fevereiro deste ano, o governo do Estado alterou o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) sobre a gasolina e o etanol em Mato Grosso do Sul.

A alíquota sobre o etanol foi reduzida de 25% para 20%, enquanto a da gasolina aumentou de 25% para 30%. A justificativa da gestão estadual para a mudança é o incentivo ao consumo do biocombustível. Sete meses após a alteração, o preço do etanol passa a compensar em Campo Grande.

A reportagem do Correio do Estado percorreu, nesta sexta-feira (18), 25 postos da Capital para aferir os preços dos combustíveis.

Conforme a pesquisa, o litro da gasolina variou entre o mínimo de R$ 4,33 e o máximo de R$ 4,56, média de R$ 4,39 por litro, enquanto o etanol é comercializado ao preço médio de R$ 2,89 – variando de R$ 2,78 a R$ 3,24 em Campo Grande.

De acordo com o diretor do Sindicato do Comércio Varejista de Combustíveis Automotivos (Sinpetro-MS), Edson Lazarotto, nas condições atuais vale a pena trocar a gasolina pelo álcool, tanto em relação ao preço quanto em eficiência.

“Compensa, sim, porque o preço médio da gasolina está em torno de R$ 4,37 e do etanol 3,00. Fazendo a conta básica do preço do etanol dividido pelo preço da gasolina, temos o resultado de 68% , ou seja, abaixo de 70% , que é o parâmetro ideal”, destacou.

Considerando a pesquisa da reportagem, com a gasolina a R$ 4,39 e o etanol a R$ 2,89 a diferença entre os combustíveis chega a 65%, menor que o máximo indicado de 70%.

O biocombustível tem uma queima maior, sendo consumido mais rapidamente. Assim, com um litro de álcool, o motorista percorre uma quilometragem menor, se comparado à autonomia de um litro de gasolina.

SETOR

A Associação de Produtores de Bioenergia de Mato Grosso do Sul (Biosul) informou que o preço mais competitivo com relação à gasolina é um dos fatores para a recuperação nas vendas do etanol.

No mês de julho, foram consumidos 9,1 milhões de litros do biocombustível, volume 8% maior com relação ao mesmo mês em 2019, quando foram registrados 8,4 milhões de litros.

“A mudança tributária do etanol no Estado, assim como os reajustes no preço da gasolina atrelados à alta do dólar, proporcionaram maior competitividade para o biocombustível. Mato Grosso do Sul é o quarto maior produtor de etanol, e para o setor sucroenergético, quanto mais acessível o combustível verde para o consumidor final, melhor para a recuperação do mercado, que foi duramente atingido pelos efeitos da pandemia”, explicou o presidente da Biosul, Roberto Hollanda Filho, que ainda reforçou a importância para o meio ambiente.

“Além de economizar, ao escolher o etanol, o consumidor contribui com a preservação do meio ambiente, com a qualidade do ar nas cidades e apoia mais de 30 mil empregos gerados dentro dessa cadeia produtiva no interior do Estado”, finalizou Hollanda Filho.

OUTROS COMBUSTÍVEIS

Nas últimas semanas, os combustíveis derivados de petróleo registraram duas quedas nas refinarias, mas os preços nas bombas não caíram.

A Petrobras anunciou a primeira queda no dia 9 de setembro, de 5% na gasolina e no diesel. Já a segunda baixa foi anunciada no dia 11 de setembro, de 7% no diesel e 5% para a gasolina.

Na semana passada, a gasolina variou entre R$ 4,37 e R$ 4,54, conforme pesquisa da reportagem em Campo Grande. Nesta sexta-feira, apenas um dos 25 postos visitados reduziu o litro do combustível para R$ 4,33, porém, o valor máximo encontrado também mudou para R$ 4,56.

O diesel comum era comercializado, em média, a R$ 3,59 no dia 11 de setembro – indo de R$ 3,49 a R$ 3,69. Já nesta semana, o preço médio praticado foi de R$ 3,54, variando entre R$ 3,25 e R$ 3,69.

Enquanto isso, o diesel S-10 foi de R$ 3,59 a R$ 3,79, média de R$ 3,64 por litro, na semana anterior.

Nesta sexta-feira, o litro do combustível foi comercializado pelo mínimo de R$ 3, 39 ao máximo de R$ 3,74, média de R$ 3,55.

Metodologia

A Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) realiza semanalmente pesquisa dos preços dos principais combustíveis do País.

A última divulgação, no entanto, foi realizada no dia 22 de agosto. De acordo com a ANP, há uma reformulação da metodologia de pesquisa em construção.

A previsão inicial era que o levantamento voltasse a ser publicado no dia 14 de setembro, mas o prazo foi postergado, ainda sem data confirmada.

Via Correio do Estado

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