Interior

Com greve, alunos trocam lápis e borracha por vassouras e panelas

Circuito MS

17:50 23/05/2019

[Via Campo Grande News]

Alunos da Escola Estadual Silvio Ferreira, em Coxim, deixaram de lado lápis, borracha, cadernos e livros por um momento para ajudar na cozinha e na limpeza esta semana.

O motivo é a greve dos servidores administrativos da Educação no Estado, que, segundo a Fetems (Federação dos Trabalhadores em Educação de Mato Grosso do Sul), começou com adesão de 90% da categoria na segunda-feira (20).

Imagens encaminhadas ao Campo Grande News mostram estudantes e até pais de alunos de colher e panela em mãos, na preparação da merenda na escola do interior. Vídeo também exibe estudantes auxiliando na limpeza do chão da escola. Representantes do Simted (Sindicato Municipal dos Trabalhadores em Educação de Coxim) confirmaram o caso.

A CR4 (Coordenadoria Regional de Educação de Coxim) afirma que monitora a situação das escolas estaduais do município e que há servidores administrativos que já retornaram ao trabalho. Além da Silvio Ferreira, outras cinco funcionam na cidade ao norte do Estado.

A SED (Secretaria de Estado de Educação) se manifestou em nota sobre o caso em Coxim. Segundo a pasta, “a Associação de Pais e Mestres (APM), Colegiado e diretores das unidades escolares possuem autonomia para a tomada de decisões que busquem auxiliar na continuidade das atividades”.

Ainda conforme a SED, “essa autonomia faz parte do processo de democratização das escolas da Rede Estadual de Ensino”.

A pasta aguarda o término da semana para finalizar balanço da greve nas escolas estaduais.

Greve – A mobilização foi confirmada na última quinta-feira (16) pela Fetems. Segundo a entidade, a greve foi deliberada em assembleia-geral no dia 7 de maio.

A categoria foca nas negociações salariais envolvendo os trabalhadores administrativos da SED. Entre as reinvindicações estão incorporação do abono salarial, manutenção da jornada de seis horas diárias, convocação de concurso público e criação de uma política salarial para os próximos anos.

Após a confirmação da greve, decisão liminar expedida pelo desembargador Luiz Tadeu Barbosa Silva, do TJMS (Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul), determinou que dois terços dos trabalhadores administrativos continuem a trabalhar a partir de segunda-feira (20). O magistrado justificiou que há “perigo de dano” para um serviço essencial, como é a Educação, com o movimento.

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