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Com início no dia 10, vacinação contra a gripe já desperta interesse na Capital

Circuito MS

11:50 07/04/2019

[Via Campo Grande News]

A polêmica envolvendo grupos contrários à vacinação, ao menos aparentemente, não chegou às ruas da Capital quando o assunto é a imunização contra a gripe. Ao contrário: é grande o número de pessoas interessadas na vacina, que começa a ser distribuída na quarta-feira (10) na rede pública do país –primeiramente para grupos específicos. A avaliação, conforme disseram entrevistados pelo  é que a medicação é necessária para garantir a saúde e o bem-estar da família.

Com dois filhos, um de 9 meses e outro de 6 anos, Ana Carolina de Deus conta que espera garantir a vacina para que as mudanças bruscas de temperatura não prejudiquem sua família. “Vou vaciná-los. Apenas eu não vou tomar porque não estou na faixa etária. Depois que o meu filho mais velho passou a tomar a dose com frequência não ficou mais gripado”, disse.

A mãe afirma que buscou se informar sobre a vacina a fim de tentar afastar alguns mitos. “Prefiro dar a vacina neles, já cheguei a ouvir a história de que se tomar vacina fica gripado, mas não acredito nisso. A gripe é perigosa, então temos de levar pelo menos as crianças para serem vacinadas”, destacou Ana Carolina.

A idosa Luzia Pereira Leite, 86, moradora do bairro Piratininga, afirma que se vacina desde os 65 anos. No aguardo da campanha de vacinação, ela ressalta ser preciso se prevenir e adianta que pretende ser uma das primeiras da fila.

“Tomo a vacina certinho, isso tem me ajudado. Todos os anos faço questão de me vacinar. Faz um tempo que não adoeço. No ano passado peguei uma gripe passageira, mas, por conta da vacina, não foi nada grave. A gripe passa longe de mim”, brincou a idosa.

Já Maria Terezinha Leite, 65, toma a vacina há seis anos e já nem se lembra de quando foi à última vez que “pegou” a doença. “Não me recordo. Recomendo todos a se vacinarem, para a minha família mesmo digo isso sempre porque aqui em casa, isso foi um santo remédio”, disse.

Antonio Duailib, 81, também na faixa etária para ser vacinado gratuitamente nos postos de saúde da Capital, relata que todos os anos prefere enfrentar a fila para conseguir o benefício. “Moro perto de uma unidade de saúde do Coronel Antonino e aproveito para estar com a carteira de vacinação em dia. É importante tomar a vacina por conta da minha idade e faz quase um ano que não fico doente. Na minha família todos tomam”, relatou.

O aposentado Joaquim Maia, 70, conta que “faz tempo que não sei o que é gripe. Falo para os meus filhos e netos também se vacinarem, até mesmo se não tiver a vacina no posto, paguem para tomar, pois ajuda muito”.

Gestante, a dona de casa Jaqueline Dias está esperando a campanha começar para se imunizar. “Estou com 32 semanas de gestação, já procurei a vacina nos postos, mas informaram que não tinha iniciado. Preciso estar preparada para receber a meu menino, a minha filha de 4 anos também vai tomar. Gosto de manter a minha vacina em dia”, afirmou.

Apesar de confiar na imunização, a gestante conta que sempre ouve histórias de pessoas que preferem não se vacinar por acharem que a vacina as deixam gripadas. “Muitos falam isso, que se tomar a vacina e não gripar, é porque não fez o efeito que deveria. Contudo, nunca gripei depois que tomei e prefiro me precaver”, concluiu.

Tabu – O infectologista, Maurício Pompílio reforça que a falta de confiança na vacina é um grande tabu da sociedade. “Existem dois tipos de vacinas: com vírus atenuado, como a da febre amarela, e com o vírus inativo, caso da gripe. Ou seja, na vacina da gripe existem apenas fragmentos do vírus e por meio deles o sistema imunológico vai produzir anticorpos contra esse vírus”, explica. Segundo ele, a eficácia da imunização é alta.

Pompílio detalha que as contraindicações para a vacina são poucas. “Pessoas alérgicas precisam se certificar se estão aptas a tomarem determinadas vacinas. Por exemplo, quem tem alergia a proteína do ovo não deve tomar a vacina contra a gripe, pois ela tem essa proteína. Mas esses casos são exceções”, afirma.

Vacinação – A campanha de vacinação contra a gripe terá início na quarta-feira e prosseguirá até 31 de maio. Em Campo Grande, a medicação estará disponível nas 68 UBSs (Unidades Básicas de Saúde) e UBSFs (Unidades Básicas de Saúde da Família). O Dia D de mobilização está previsto para 4 de maio.

O primeiro grupo a ser priorizado será o formado por gestantes e crianças de 0 a 5 anos, 11 meses e 29 dias. A partir do dia 22 de abril os demais grupos, formado por pessoas com 60 anos ou mais, puérperas, trabalhadores de saúde, professores, indígenas, portadores de doenças crônicas não transmissíveis e outras condições clínicas especiais, os jovens de 12 a 21 anos sob medidas socioeducativas, presos e funcionários do sistema prisional, poderão receber a dose.

Considerando o risco, a vulnerabilidade e as especificidades sociais, o PNI (Programa Nacional de Imunizações) define calendários de vacinação com orientações específicas para crianças, adolescentes, adultos, gestantes, idosos e indígenas. As vacinas recomendadas para as crianças têm por objetivo proteger esse grupo o mais precocemente possível, garantindo o esquema básico completo no primeiro ano de vida e os reforços e as demais vacinações nos anos posteriores.

Dica – Para quem está fora dos grupos prioritários e não pode buscar pela vacina na rede privada, Pompílio dá dicas para se proteger contra a gripe, comum a partir da oscilação de temperaturas, frequente nos últimos dias devido a chegada de uma frente fria no sábado (6).

O infectologista lembra que, com a condição climática, os cuidados devem ser redobrados. “É preciso ter mais atenção com a transmissão do vírus de pessoa a pessoa, evitando lugares fechados e aglomerados, além de redobrar a higienização, como lavar as mãos e cobrir o rosto quando espirrar, por exemplo”, sugere.

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