Comércio do Centro tem movimento maior, mas lojistas migram para o bairro em Campo Grande
12:00 03/01/2023
Passado o período de Natal e Ano Novo, representantes do comércio de Campo Grande apontam melhora no desempenho de vendas no comparativo com os últimos dois anos. Com ritmo voltando à normalidade, o setor ainda identificou nova realidade no comércio da Capital, com descentralização de vendas no Centro, com abertura de novas e consolidadas zonas comerciais nos bairros.
Balanço das vendas de fim de ano ainda não foi finalizado, no entanto, o presidente da Fecomércio-MS, Edison Ferreira de Araújo, antecipa que a performance superou a realidade crítica trazida pela pandemia da covid-19.
“A situação deu uma melhorada e conseguimos recuperar valores perdidos com a pandemia. Acredito que o incentivo de R$ 600, tanto do Governo Estadual quanto do Federal, também conseguiu esquentar um pouco a atividade porque esse dinheiro circulou no comércio”, comenta.
Presidente da CDL (Câmara de Dirigentes Lojistas), Adelaido Vila mantém o diagnóstico. Segundo ele, o processo de fortalecimento do comércio do bairro, já identificado em Campo Grande, é movimento mundial.
“Hoje em dia as pessoas estão sem tempo e acabam optando pelo comércio perto de casa, além disso, a tecnologia restringiu esse prazo ainda mais. A gente estima entre 15 e 20 minutos o tempo que sobra para que o consumidor invista no fazer compras”, explica.
Da 13 de Maio para o Bairro Zé Pereira
Empresário da área de cosméticos, Frank Rossatte é retrato da nova realidade do comércio campo-grandense. Quatro anos após inaugurar uma loja na Rua 13 de Maio, decidiu levar o negócio para o Bairro Zé Pereira, onde a mãe já tem uma loja.
“No bairro meus custos vão ser de apenas um terço do que gasto no Centro, fora que a área central é insegura, existem muitos assaltos. Por isso, esperei para aproveitar as vendas de Natal e Ano Novo e decidi fechar”, comenta.
De acordo com o empresário, a queda no movimento, especialmente no pós-pandemia, também deu peso para a decisão. “No sábado, depois das 12h, o movimento acabava, diferente do bairro onde as pessoas estão chegando do serviço ou estão em casa e não querem se locomover a uma grande distância. No domingo a mesma coisa, tem muita gente circulando”, completa.
Comércio digital
Na era das compras digitais, o presidente da Câmara Lojista alerta para a necessidade de que empresários se rendam às vendas via internet, método que ainda não é consenso em Campo Grande.
“Os lojistas precisam entender que ponto bom é ponto fora do balcão. É preciso se reinventar e levar os produtos para o balcão virtual, entendendo que, muitas vezes, a jornada de compra começa no virtual para então ir para o físico. Muitos empresários têm resistência a isso, mas vivemos no mundo digital. Uma coisa não substitui a outra, elas se complementam”, finaliza.
Via Midiamax
Comente esta notícia
compartilhar