Mato Grosso do Sul

Concessões devem dar mais fluidez às saídas de Campo Grande

Circuito MS

14:45 09/08/2024

Os projetos preveem obras de duplicações na BR-262 e BR-163 nas saídas de Campo Grande para os municípios de Três Lagoas, Bandeirantes e Nova Alvorada do Sul; a execução deve começar em 2025

As concessões da BR-262 e da BR-163, em Mato Grosso do Sul, podem trazer mais fluidez no trânsito de veículos que trafegam nas três principais saídas rodoviárias de Campo Grande, já que o projeto de ambas, se aprovado e executado, prevê a duplicação das pistas hoje existentes no trecho que passam pela Capital.

Conforme matéria publicada nesta quinta-feira pelo Correio do Estado, estudo técnico para implementação de concessão em trechos da BR-262, divulgado pelo Escritório de Parcerias Estratégicas do governo do Estado (EPE), consta que a duplicação da rodovia começará na saída de Campo Grande para Ribas do Rio Pardo, e se estenderá por todo o trecho de ligação entre duas cidades.

Este trecho da BR-262, que liga Campo Grande e Ribas do Rio Pardo, contará com cerca de 97 km de rodovia duplicada. 

Além da saída para Três Lagoas, as duas entradas da BR-163 em Campo Grande também devem receber duplicações, a previsão total da nova concessão da rodovia é de pista dupla em mais 190 km, com implantação de outros 170 quilômetros de terceira faixa. 

Os trechos a serem duplicados da BR-163 serão na saída de Campo Grande para os municípios de Nova Alvorada do Sul e Bandeirantes. 

A distância entre Nova Alvorada do Sul e Bandeirantes (trecho prometido para ser completamente duplicado) é de 117 km, porém, uma parte do trajeto já havia sido duplicado pela CCR MSVia nos três primeiros anos de contrato com a União, cerca de 6,7 km.

No trecho entre a Capital e Nova Alvorada há grande circulação de caminhões e, por isso, os motoristas tendem a buscar “rotas de fuga”. 

A expectativa é que com a duplicação as pessoas mantenham o seu trajeto pela BR-163, em função da maior segurança da pista garantida pela duplicação.

De acordo com o titular da Secretaria de Estado de Infraestrutura e Logística (Seilog), Helio Peluffo, é esperado que sejam investidos, até 2026, cerca de R$ 7,5 bilhões em rodovias, recursos do governo do Estado e de outras fontes, abrangendo pavimentação, reestruturação, construção de pontes e diversos outros projetos. 

“Para que esses investimentos sejam eficazes, é essencial visualizar as rodovias como um conjunto integrado. Uma estrada sempre complementa outra, e todo esse esforço do Escritório de Parcerias Estratégicas tem sido fundamental para incorporar esses projetos ao nosso planejamento na Seilog e Agesul”, informou Helio Peluffo.

No caso da 262, além da duplicação, o estudo também prevê a criação de rotatórias no km 243 e 235 da BR-262 que dão acesso ao município de Ribas do Rio Pardo, criando um novo trecho de 12 km que contorna uma parte da cidade, que deve servir de nova rota para caminhões de saem da fábrica de celulose trafegarem sem a necessidade de transitarem próximo do perímetro urbano de Ribas.

Esses projetos, no entanto, só deverão começar a sair do papel a partir do próximo ano, uma vez que, no caso da BR-262, o governo do Estado ainda fará o leilao da rodovia e, para a 163, o que falta é o aval do Tribunal de Contas da União (TCU) para a repactuação do contrato de concessão entre o governo federal e a CCR MSVia.

QUALIDADE

A reportagem do Correio do Estado esteve presente na saída de Campo Grande para Ribas do Rio Pardo, sendo este um dos trechos que serão duplicados.

Em entrevista com caminhoneiros que passam frequentemente pela BR-262, os relatos dos motoristas sobre o trecho sem a duplicação é de muita insegurança no trajeto, além da falta de sinalizações no decorrer da estrada.

“Hoje, de Campo Grande para Ribas do Rio Pardo o trânsito é intenso, este trecho deveria ser duplicado até Três Lagoas, porque esta BR-262 está horrível, acontece muito acidente, a pista não oferece condições de trabalho para a gente, e não tem acostamento. Isto dificulta demais e aumenta o risco de acidentes. Se sair a duplicação, para nós caminhoneiros seria ótimo”, declarou o caminhoneiro Adenildo Cardoso de Almeida, que trabalha com transporte de carga há 34 anos.

William dos Reis, que trabalha como caminhoneiro há 16 anos, também declarou que a duplicação da BR-262 deveria ser mais estendida.
“Eu acho que deveria duplicar até São Paulo, porque nesta BR-262 passa o carregamento de várias regiões do País, aqui passa gente de Mato Grosso, São Paulo, Minas Gerais, então a duplicação melhoraria bastante o fluxo de veículos, tanto para carro pequeno, como para caminhão. Até prefiro passar pela rodovia à noite, porque o fluxo da veículos é menor. Eu acho que falta muita sinalização, deveria colocar faixas de pedestre e semáforos no trecho que é duplicado, porque a rodovia passa dentro da cidade”, declarou Willian.

DUQUE DE CAXIAS

Além das rodovias a serem duplicadas, a Avenida Duque de Caxias que serve de ligação para a BR-262, saída da Capital para Corumbá, passa por um processo de revitalização do trecho, que já é duplicado.
O valor inicial da revitalização era de R$ 16,5 milhões, porém o contrato atual das obras na Duque de Caxias já está em R$ 21,2 milhões devido a atrasos em sua execução.
Inicialmente, a primeira previsão de entrega das obras era para abril deste ano, mas foi prorrogada para agosto e deve sofrer sua terceira mudança.
Atualmente, as máquinas que estão operando na via executam o recapeamento de 9,8 quilômetros entre a rotatória do Núcleo Industrial Indubrasil e o acesso ao Aeroporto Internacional de Campo Grande.
A obra teve início no dia 13 de maio deste ano, e a previsão é de que seja concluída em 1 ano.

Saiba

A concessão da BR-262 faz parte de um pacote com outras quatro rodovias, a BR-267, a MS-040, MS-338 e MS-395, que ligam Mato Grosso do Sul até o estado de São Paulo, trecho conhecido como rota da celulose. A previsão dada pelo estudo técnico é de que, quando em operação, o pedágio nessa região varie de R$ 4,70 até R$ 15,20.

Via Correio do Estado MS

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