Saúde

Confira dez dicas de como melhorar o sono

Circuito MS

12:38 22/06/2024

Insônia, sono interrompido, dormir a noite toda, confira esses e outros temas a partir da entrevista com o psiquiatra e especialista no sono, José Carlos Rosa Pires de Souza. 

Dormir bem não é só uma questão de conforto, mas também uma necessidade vital para o bem-estar e saúde geral, como o funcionamento adequado do organismo e a regulação metabólica.

Noites mal dormidas podem comprometer o descanso necessário, impactando negativamente vários fatores, como o estado de alerta diurno, a concentração, o humor e o desempenho nas atividades cotidianas.

Por essas razões, compreender os ciclos do sono, as causas das noites mal dormidas e adotar estratégias para melhorar a qualidade do descanso, é tão crucial para manter um estilo de vida saudável.

Para nos ajudar a explicar um pouco mais sobre esse assunto, entrevistamos o psiquiatra, especialista no sono, PHD em saúde mental e professor do curso de medicina da Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul (UEMS), José Carlos Rosa Pires de Souza. 

Como ter uma boa noite de sono e acordar disposto ?

O sono é tão importante para a vida humana quanto a alimentação. Por isso, é importante ter um horário fixo para deitar e se levantar, não ter muitas variações, evitar café, tereré, chimarrão, refrigerantes com cola, principalmente depois do meio-dia.

Como melhorar o sono profundo ?

Seguindo uma rotina. José detalha que o chamado “sono não REM estágio 3”, é o sono profundo de ondas delta, de extrema importância para a solidificação da memória, assim como 85% do hormônio do crescimento são produzidos durante o sono, imprescindível também para a imunidade, sistema de defesa do organismo.

Como dormir bem a noite toda ?

Segundo José, não existe uma fórmula correta para dormir bem a noite toda, é preferível que a pessoa tenha a sua necessidade individual.

“Não adianta falar que todo mundo tem que dormir de seis a oito horas, alguns precisam de seis, de cinco, outros de nove, de dez horas. Existe o chamado diário do sono, que avalia essa necessidade individual de horas de sono”.

O que tomar para dormir a noite toda ?

O único “remédio”, é seguir uma rotina, dormir no mesmo horário e acordar no mesmo horário. “Música, aromaterapia, pode despertar ao invés de ajudar a pessoa a dormir”, explicou.

Além disso, o doutor José Souza alertou a importância de não se automedicar.

“O mesmo remédio que faz bem para o amigo, pode não fazer bem para aquela pessoa, ela pode ter, por exemplo, apneia do sono, para de respirar dormindo, ronca, e aí vai tomar um remédio tarja preta para dormir que o amigo toma, e aí para de respirar de vez. Quem deve prescrever o remédio para a pessoa é o médico. Porque existe o que a gente chama farmacodinâmica, que é a ação do remédio sobre o organismo, e existe a farmacocinética, que é a ação do organismo sobre o remédio, que cada um tem a sua”, garantiu.

O que fazer quando não se consegue dormir a noite toda ? 

O mais aconselhado é não ligar televisão, rádio, celular, computador, nada disso. No máximo, levantar, tomar um leite, uma água e voltar a deitar para dormir pensando em coisas boas.

Como ter sono rápido?

Evitar fazer atividades físicas durante a noite, pelo menos até três, quatro horas antes de dormir, como lavar a casa, fazer academia, essas coisas vão aumentar a temperatura corporal interna e prejudicar o sono. Além de não ficar no celular, computador, leitura demais à noite, principalmente duas horas antes do adormecer.

Sono excessivo o que pode ser ? 

“Primeiro tem que avaliar se a pessoa não é um dormidor curto – aquele que necessita de 5 horas de sono nas 24 horas do dia e pronto. Ou um dormidor longo de 10, 12 horas necessárias dentro das 24 horas. É importante verificar também se ele não tem algum dos 88 distúrbios do sono que deve ser classificado pelo médico especialista”, declarou o médico José Souza.

Para fazer essa avaliação, existem exames, como o chamado polissonografia – que é realizado durante a noite, e o teste de latência múltipla do sono, que é durante o dia – para casos de sonolência diurna.

Sono excessivo mesmo dormindo muito

Por fim, o doutor José informa que caso a pessoa tenha algum prejuízo de dia relacionado ao sono, sonolência, falta de concentração, memória, irritabilidade, depressão, é necessário procurar ajuda profissional o mais breve possível.

Evidências científicas

Em estudo realizado pelo Hospital Israelita Albert Einstein, pessoas que têm insônia ou dormem menos de cinco horas por dia, têm um aumento de até 69% no risco de infarto em comparação com quem não sofre desses problemas.

Observaram também que o grupo que dorme 6 horas apresenta um risco de infarto menor do que os que dormem menos de 5 horas, porém maior do que os que dormem de 7 a 8 horas. Não foram encontradas mudanças significativas nos resultados para doenças cardiovasculares entre aqueles que dormem mais de 9 horas.

Além disso, a falta de sono também pode estar associada a casos de obesidade e de depressão.

“O que podemos afirmar é que dormir menos do que 5 horas aumenta consideravelmente o risco de infarto e dormir de 7 a 8 horas por noite foi considerado a faixa ideal de sono para proteção”, disse a cardiologista Juliana Soares.

Este estudo corrobora o impacto da qualidade do sono na saúde cardiovascular e também consegue estabelecer os intervalos de horas de sono que são mais prejudiciais.

“A gente já tinha evidências da associação de distúrbios do sono com a saúde cardiovascular. O que a gente ainda não sabia era dizer quais intervalos de sono apresentavam maior risco. E esse estudo conseguiu mostrar exatamente isso”, disse.

Conclusão

De forma resumida, compreender a relevância do sono para o bem-estar e saúde é crucial em nossa vida diária. Como pudemos observar, é imprescindível estabelecer rotinas consistentes para assegurar um sono reparador. Isso envolve não apenas a regularidade nos horários de deitar e acordar, mas também a adoção de práticas, que promovem um ambiente propício ao sono.

Vale ressaltar que cada indivíduo possui necessidades únicas de sono, sendo necessário respeitar essas diferenças e não aplicar uma abordagem universal para todas as pessoas. Sendo assim, a principal dica é não querer se automedicar e SEMPRE procurar uma ajuda profissional caso haja algum sintoma que a pessoa considere preocupante.

Via Correio do Estado MS

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