Agropecuária

Crise suína na China pode ser oportunidade para produtores de MS

Circuito MS

16:35 23/04/2019

[Via Campo Grande News]

A peste suína afeta a China, maior produtor e consumidor do produto no mundo. O problema levou o país a abater mais de 1 milhão de porcos, na tentativa de conter o avanço da doença. No Brasil e em Mato Grosso do Sul, produtores podem estar a frente de uma oportunidade de expansão no mercado mundial de suínos.

Dados do Rabobank, publicados pela Folha de SP, mostram que a doença deve afetar cerca de 30% da produção de suínos da China, deixando um enorme vácuo no mercado internacional de proteínas. O Brasil é atualmente o 4º maior produtor de carne suína, com 44 milhões de animais abatidos em 2018, segundo o IBGE.

O Relatório Anual 2018 da ABPA (Associação Brasileira de Proteína Animal), elaborado com dados de 2017, mostra que nesse ano o Brasil produziu 3,75 milhões de toneladas de carne suína, sendo 81,5% (3,05 milhões/toneladas) destinadas para o mercado interno e 18,5% (697 mil/toneladas) para exportação.

Mato Grosso do Sul participa deste mercado com 4,33% do abate, o que representa 162.375 toneladas de proteína suína produzida no Estado em 2017. Os campeões brasileiros são Santa Catarina (28,38%), Paraná (21,01%) e Rio Grande do Sul (19,53%).

Em relação às exportações, Mato Grosso do Sul participa com 1,63% do total de 697 mil toneladas do produto vendido no mercado exterior, que contabiliza 11.361 mil toneladas da produção do Estado. O ranking de exportações no país é liderado por Santa Catarina (40,28%), Rio Grande do Sul (29,47%) e Paraná (14,22%).

Acontece que, apesar de ser o maior produtor de carne suína, a China também é a maior importadora da proteína produzida no Brasil, com 53,4 mil toneladas negociadas em 2017.

O panorama figura uma oportunidade de investimento para os produtores sul-mato-grossenses para a expansão do mercado no setor. Com isso, a Asumas (Associação Sul-Mato-Grossense de Suinocultores), recomenda que todos os suinocultores de Mato Grosso do Sul reforcem as medidas de biossegurança, mantendo todos os controles de entrada e saída das granjas para que preencham os requisitos do mercado internacional.

“Primeiramente temos que nos assegurar de que a doença não chegue aqui, por isso é necessário manter cercas de contenção efetivas e não receber visitas de pessoas vindas da Ásia”, afirma o presidente da Asumas, Alessandro Boigues.

O segundo passo é se preparar para uma nova fase da suinocultura, com preços mais altos e grande demanda internacional pela proteína. “A avanço da doença na Ásia vai abrir uma grande oportunidade para as ampliações de produção previstas em nosso Estado, já vemos acelerando a evolução dos preços do suíno vivo, favorecendo produtores a ter viabilidade em sua atividade”, destaca Boigues.

Conforme especialistas da área, não há suíno suficiente no mundo para atender a demanda aberta pela China, o que deve contribuir para expansão na exportação de todas as proteínas. “Novos tempos virão, mas para isso se permanecer temos q proteger nossos rebanhos e continuar produzindo com qualidade”, ressalta o presidente da Asumas.

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