Da benzedeira a rainha do acarajé, Feira Afro reúne sabores, artesanato e moda
8:35 12/11/2018
[Via Campo Grande News]
Pautada no fomento à cultura negra e, principalmente, no protagonismo da mulher negra, que a 7ª edição da Feira Afro movimentou a Praça dos Imigrantes no último sábado (10). Nas 7 horas de programação do evento tradicional, a maioria das representações da cultura ancestral afro descente estavam presentes na festa. Da benzedeira à rezadeira, do produtor de artesanato à rainha do acarajé, a feira se consagra como um momento de memória dos 130 anos pós abolição da escravidão no Brasil.
Itinerante, a feira é uma união de várias frentes e, de acordo com a diretora do Coletivo de Mulheres Negras, Ana José Alves, esta edição esteve especial porque “teve movimento superior a todas as edições anteriores”. “Fomos muito visitados. Veio bastante gente conhecer, especialmente porque sábado é um dia movimentado no Centro da cidade, o pessoal sai do mercado, da igreja e passa aqui”.
Das marcas expostas, a Ayele Tissu chamou atenção por conta da história por trás das peças vindas todas do Congo, da África. Ayele é a mãe de Kossi Ezau, de 27 anos, empresário que está em Campo Grande para venda das roupas selecionadas por ela na África. Junto de Kossi, Alpha O. Diallo ajudava na venda durante a feira e confirmou o “bom movimento” citado por Ana.
Além das peças compradas por lá, eles também vendem peças produzidas, totalmente autorais. O valor das peças, vendidas também pelas redes sociais, vão de R$ 60,00 a R$ 90,00.
O artesão e jornalista Clayton Ambrosio participava pela primeira vez da Feira Afro com a marca de acessórios pessoais feitos a partir de materiais reutilizáveis. “São produtos que tem cara própria por isso a marca não tem nome. Se você encontrar uma peça dessa em qualquer lugar do mundo saberá que eu quem fiz”, comenta.
Os preços vão de R$ 25,00, com artigos mais simples como as carteiras de bolso, até R$ 300,00, nas mochilas de viagens. “Sou eu quem produzo tudo. Pela primeira vez na feira achei o movimento bem interessante”.
Dagmar Polido, de 53 anos, é artesã e trabalha com artigos religiosos, imagens santas e terços customizados. O processo de artesanato começa a partir do gesso puro, que é pintado e decorado. “Os terços eu também produzo. Minha arte é sacra e o processo de criação varia de acordo com o período. Tenho peças decoradas com pedras e pérolas”, finaliza.
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