Geral

Dia das Mães: comerciantes se dividem sobre expectativas

Circuito MS

12:38 06/05/2022

Alta expectativa se confirma em alguns segmentos, enquanto outros sentem movimentação baixa

Entre comerciantes e lojistas animados, a preparação para o dia das mães trouxe ao mesmo tempo ânimo e um pouco de decepção para alguns estabelecimentos em Campo Grande.

Em uma volta pelo centro comercial de mais movimento da cidade, a rua 14 de julho, o Correio do Estado pôde perceber um misto de euforia e lamentação.

Lojistas entrevistados pela reportagem, comentam uma expectativa alta que se traduziu em vendas mais abaixo do que o esperado no segmento de vestuário e assessórios. Já em lojas de cosmésticos, perfumaria e floriculturas o fluxo de vendas impressiona, e os profissionais entendem que os resultados serão melhores que em 2021.

Antonilda Brandão, proprietária da Lunil Bolsa comenta que o movimento melhorou, mas o melhor ainda está por vir. “Acho que por causa da reforma na Rua 14 de Julho, ano passado foi pior do que está sendo, mas ainda espero que melhore entre sexta e sábado”.

A mesma esperança tem a dona da loja ao lado, Josilene Rosa, da Josi Modas Plus size. A empresária comenta que sente uma queda no poder de compra do trabalhador, e o término do auxílio emergencial, dado durante a pandemia, fez o cliente costumeiro dela sentir mais que o normal.

“Vestuário é algo não tão essencial quanto comida e outros itens, então a pessoa deixa de comprar roupas para poder gastar em coisas mais urgentes”. Para ela, a expectativa era alta, mas o movimento não acompanhou.

Élida Santos é vendedora na loja de Josilene. Ela revela que com a chegada do frio também foi possível notar uma certa  morosidade do campograndense. “O período decepcionou. Para nós, o dia das mães é tão grande quanto o Natal, acho que por ter esfriado as pessoas costumam deixar para a última hora”.

Em comparação com 2021, Josilene, Élida e Antonilda relatam que houve uma pequena redução. “Não sei se está mais fraco. Ano passado fizemos mais divulgação por causa da pandemia, então isso pode ter afetado”, comenta a Josilene.

Ainda em fase inicial da vacinação, na época o comércio de Campo Grande teve que se desdobrar para atrair o consumidor que sentia preocupação em voltar para as lojas. Josilene Rosa diz que a loja ainda sente dificuldade em retomar os níveis de vendas. “ Conseguíamos vender até R$ 2 mil em um dia, hoje temos dias que fechamos em R$ 300, R$ 400”, revela.

Eufóricos

Dois setores que são muito procurados na data festiva são o de cosméticos e perfumaria e o de floricultura. A vocação da mulher brasileira em se em consumir esses tipos de produtos, torna o dia das mães a data especial para esses comerciantes.

Sarah Samara, gerente de vendas do Boticário, diz que essa é uma data especial para a rede. “O movimento atendeu as expectativas da nossa loja. A semana inteira foi corrida. Apesar do frio assustar o campograndense, tivemos algo muito acima do último ano. Para sexta-feira esperamos aumento de 30% no fluxo de clientes, e sábado esse fluxo deve dobrar”, comemora.

Esse aumento é esperado pelo comportamento de compras do consumidor. “O brasileiro raiz costuma deixar para a última hora mesmo, até por isso achamos que as vendas devem vir ainda melhores”, diz Sarah.

Josilene Rosa analisa que além desse costume, o calendário também atrapalhou. “As pessoas começaram a receber o salário no final da semana, então muitos tiveram pouco tempo para  se planejar, se a data fosse mais para o meio do mês, a semana teria sido melhor para nós”, avalia.

Reinaldo Medina, gerente da Pantanal Garden descreve a data como uma época de “intensa euforia” para as floriculturas. Até por causa das entregas, ele diz que o maior fluxo é no final de semana. “A expectativa nossa é maior que a do ano passado, para sabermos os números precisamos esperar um pouco mas a correria é grande, para todo o setor”.

Expectativas

Segundo levantamento da Associação Comercial e Industrial de Campo Grande (ACICG), 77% dos comerciantes de Campo Grande estimam vender mais em 2022 na comparação com o ano passado.

Renato Paniago, presidente da ACICG, diz que a perspectiva é extremamente positiva. “A maioria fala de aumento de 10% nas vendas, alguns falam em 20%. Os lojistas estão preparados para atender o consumidor, com ofertas de pagamento diversas, como parcelamento, descontos, então percebemos que o otimismo de 2022 está maior”.

Na comparação com o último ano, é possível notar uma alta de 10 pontos percentuais na percepção do empresariado. “O levantamento de 2021 revelou que 66% dos entrevistados esperavam vender mais em relação a 2020, primeiro ano de pandemia. Agora esse percentual está 10% maior, um sinal de que a confiança do empresário na economia está melhor”, avalia Paniago .

“Restaurantes, vestuário, cosméticos e perfumaria e floricultura são os segmentos que mais se destacam. Falamos para o consumidor não deixar para a última hora, para poder garantir um negócio bom”, aconselha.

O otimismo se estende para locais de venda de comida pronta. Juliano Wertheimer, presidente da Associação de Brasileira de Bares e Restaurantes de Mato Grosso do Sul (Abrasel-MS), diz que o dia das mães é a melhor data para estabelecimentos diurnos.

“Esses estabelecimentos esperam aumento de até 30% no movimento para este final de semana. Vários até divulgaram horários estendidos de atendimento para poder suprir essa demanda crescente, então estamos muito animados”.

Via Correio do Estado MS

Comente esta notícia