Em MS, 3% da população vive na extrema pobreza, aponta IBGE
15:50 06/11/2019
[Via Campo Grande News]
Em Mato Grosso do Sul, 3% da população entrou na classificação de extrema pobreza em 2018, com renda mensal inferior a R$ 145, o que representa 73,470 mil pessoas do total. Embora o percentual tenha ficado estável em relação a 2017, que era de 2,6%, houve aumento em relação a 2012, cujo índice era de 1,8%, recorde em sete anos.
Em 2018, considerando o rendimento per capita de até R$ 660 por mês, Mato Grosso do Sul totalizou 16,5% na linha de pobreza, o que representa 404 mil pessoas, sendo o 7º menor percentual entre as unidades federativas.
Os dados fazem parte da pesquisa SIS (Síntese de Indicadores Sociais) 2019, divulgada hoje pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) e referem-se a levantamento feito em 2018.
Em todo o País, 13,5 milhões de pessoas viviam na extrema pobreza, o que corresponde a 6,5% da população, 4,5 milhões a mais que em 2014.
De acordo com o IBGE, o valor do indicador de pobreza do Bolsa Família, R$ 89, é inferior ao parâmetro global de R$ 145, que demostraria que o benefício não é suficiente para tirar as pessoas da extrema pobreza.
A linha estipulada para calcular o nível de pobreza foi estabelecida pelo Banco Mundial para acompanhar a evolução da pobreza global.
Segundo o IBGE, o aumento da desigualdade é reflexo da falta de ganho real no salário mínimo ocorrida em 2018, além da informalidade e da subutilização no mercado de trabalho, que atingem níveis recordes atualmente, com 41,4% das pessoas ocupadas nessa condição, de acordo com o gerente dos Indicadores Sociais do IBGE, André Simões.
O IBGE destaca que no Brasil há mais pessoas em situação de pobreza extrema do que toda a população de países como Bolívia, Bélgica, Grécia e Portugal. Desse total, 72,7% são pretas ou pardas.
Os dados divulgados hoje são referentes a 2018 e utilizam também outras informações, como a Pesquisa de Informações Básicas Municipais (Munic) e o Sistema de Contas Nacionais.
Condições – Com relação às inadequações nas condições de moradia, Mato Grosso do Sul tem 0,2% do total de pessoas vivendo em situação inadequada de banheiro, o 6º menor percentual entre os estados; 3,7% em adensamento excessivo, que é uma situação onde o domicílio tem mais de três moradores para cada cômodo utilizado como dormitório; 4% em situação de ônus excessivo, quando o valor do aluguel iguala ou supera 30% do rendimento domiciliar.
De acordo com o IBGE, 8,2% do total de pessoas residem em moradia com ao menos uma inadequação dentre as citadas.
Em relação ao saneamento básico, 7,7% da população em MS não tinham acesso à coleta direta ou indireta do lixo, 11,9% não contavam com abastecimento de água por rede geral; 52,3% não tinham esgotamento sanitário por rede coletora ou pluvial.
Pelo levantamento, 53,6% da população indicou ao menos um problema de acesso a saneamento.
No que se refere a restrições de acesso, 29,9% da população tinham restrições de acesso à educação; 2,1% com restrições de acesso à proteção social; 8,2% à moradia; 53,6% ao saneamento; 15,4% à internet; e 9,4% da população elencaram, ao menos, três restrições dentre as citadas.
Comente esta notícia
compartilhar