Era do microchip pode estar perto do fim
17:11 31/07/2022
Dependendo do dispositivo, os chips mais potentes já não são exatamente “micro”. Com o passar dos anos, deixar os eletrônicos mais poderosos está se tornando um desafio para os engenheiros. Atualmente, uma das saídas para contornar o problema da barreira física dos microchips foi simplesmente torná-los maiores.
Quando o espaço é um problema, algumas empresas optam até por empilhar chips. Comparando com uma cidade, funciona assim: em vez de construir novos blocos de residências, o silício é “achatado” por andares. O que pode ser utilizado para integrar circuitos de memória, chips de gerenciamento de energia e até processamento gráfico uns sobre os outros.
Um exemplo prático é um novo chip de memória flash de nada menos que 232 camadas criado pela norte-americana Micron, o que mostra quanto os microchips já se expandiram para a terceira dimensão.
“O empilhamento de chips torna a comunicação entre eles mais rápida, da mesma forma que é mais rápido viajar de elevador entre os andares de um arranha-céu do que atravessar um prédio para chegar ao vizinho mais próximo”, disse Subramanian Iyer ao Wall Street Journal. Iyer é professor da Universidade da Califórnia, Los Angeles.
Algo que está impulsionando essa nova tendência de design é a pressão sem fim da indústria por chips cada vez mais rápidos. Atualmente, já existem grupos de semicondutores do tamanho de uma carta de baralho e até de um prato de jantar, que receberam o apelido de megachips.
Esse tipo de solução já é vista em dispositivos relativamente comuns como os consoles. O Xbox e o PlayStation 5, por exemplo, utilizaram essa mesma abordagem nos seus projetos feitos pela AMD (Advanced Micro Devices).
Apesar das vantagens, esses megachips também podem apresentar novos desafios. Um deles, segundo os engenheiros, é gerenciar o calor que eles criam, já que são circuitos muito poderosos e compactos. Embora possam ser mais eficientes em desempenho, o tamanho extra também significa que eles podem acabar usando muita energia.
O chip gráfico ‘Ponte Vecchio’ da Intel, por exemplo, é eficiente por cálculo, mas consome 600 watts, quase o mesmo que um secador de cabelo. Caso esteja se perguntando por que os megachips ainda não decolaram, essa é uma das respostas.
Via Olhar Digital
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