Oportunidade

Estado procura mais de 20 mil candidatos para vagas de emprego

Circuito MS

16:27 24/05/2022

MS vive momento de recuperação do mercado de trabalho e dificuldade em preencher vagas

Com um mercado de trabalho pujante, que tem saldo positivo de vagas geradas e preenchidas, Mato Grosso do Sul ainda tem dificuldade de atender toda a demanda das empresas.

De acordo com o presidente da Federação das Indústrias de Mato Grosso do Sul (Fiems), Sérgio Longen, a qualificação de profissionais no mercado de trabalho é um problema de todo o Brasil.

“Temos, hoje, cerca de 20 mil vagas disponíveis em todo o Estado, mas a nossa dificuldade é encontrar essas pessoas, inclusive para qualificação profissional”, disse Longen.

O dirigente afirmou que MS vive um momento de tranquilidade. “Nós vivemos o pleno emprego no Estado, esse é um número muito claro para todos nós, o que nós precisamos hoje é que as pessoas procurem qualificação profissional, procurem os empregos que estão disponíveis”.

O Mapa do Trabalho Industrial, estudo do Observatório Nacional da Indústria, estima que nos próximos anos o Brasil precisa qualificar mais de 9,5 milhões de trabalhadores para atender às demandas tecnológicas adotadas pela indústria.

Porém, não é apenas o setor industrial que observa dificuldade em preencher vagas. Segundo a Fundação Social do Trabalho (Funsat), 323 postos de trabalho (19% das ofertas de emprego neste mês) não foram preenchidos até agora. Essas oportunidades tiveram nenhuma procura ou não tiveram encaminhamentos feitos, de acordo com a Funsat.

Todos os setores da economia têm alguma posição ofertada em que os encaminhamentos não conseguem ser feitos e as vagas acabam ficando paradas nos sistemas de realocação.

VAGAS

De acordo com um levantamento feito pelo Correio do Estado junto à Fundação do Trabalho de Mato Grosso do Sul (Funtrab), em 2021, o Estado teve dificuldade de alocar cerca de 2.300 pessoas em vagas disponibilizadas pelas empresas. Os dados foram retirados do Sistema Nacional do Emprego (Sine).

O diretor-executivo da Funtrab, João Cirilo, atestou que as vagas com maior dificuldade de serem preenchidas são as que requerem qualificação específica.

“Pela nossa análise, ocupações como soldador, pedreiro, operador de maquinário para a indústria, tudo que requeira mais especificidade, são difíceis de serem repassadas. Outras, como alimentador de linha de produção, faxineiro e vendedor, têm colocação mais rápida porque não têm a mesma necessidade”.

O mesmo foi observado pelo mestre em Economia Eugênio Pavão. Segundo ele, essa é uma transformação do mercado de trabalho capitalista dos últimos anos.

“Com a inclusão de tecnologias e ferramentas modernas, carros com mais componentes eletrônicos vão se tornando desafios para os profissionais da área, máquinas modernas vão tornando o trabalho no campo mais tecnológico. Na construção civil são cobradas novas habilidades, e, assim, os setores com menores qualificações vão absorvendo cada vez mais a mão de obra”, analisou.

João Cirilo comentou que isso não é nenhuma novidade. O mercado de trabalho tem essa especificidade há um bom tempo. “Quando o assunto é qualificação de mão de obra em si, a falta dela é também porque a empresa quer empregar o trabalhador pronto. Ela não pega o trabalhador para arcar com qualificação”, resumiu.

CONSTRUÇÃO

Ocupações como pedreiro, servente de obras, azulejista e eletricista são algumas das profissões que figuram entre as mais procuradas em MS.

De acordo com as fundações, um setor que tem dificuldade de preencher vagas e vê grande mobilidade é o da construção civil.

Conforme o presidente do Sindicato da Habitação de Mato Grosso do Sul (Secovi-MS), Geraldo Paiva, os profissionais estão escassos e as obras, a pleno vapor atualmente.

“Pode perguntar para qualquer construtora, você sabe que não tem profissional à toa. Se você precisar de encanador para sua casa, você não acha porque está todo mundo ocupado nas obras. O mesmo acontece com pedreiro e eletricista, é difícil achar”, revelou.

Este setor é o que mais trabalha com mão de obra autônoma, por isso, especialistas afirmam ser o mais difícil de preencher vagas com carteira assinada.

O diretor-executivo da Funtrab revelou que, para este ano, serão empenhados até R$ 10 milhões em diversas regiões de MS para atender as maiores demandas de cada uma delas.

“Vamos supor que Dourados precise de mais carpinteiros e Corumbá tenha necessidade de qualificar serventes de obras. Nós vamos desenvolver iniciativas com as prefeituras para criar estratégias e formar esses profissionais”, explicou.

Por meio do aplicativo MS Contrata+, João Cirilo aconselha ao empregador que não conseguir preencher as vagas que coloca à disposição que procure acessar o banco de currículos de profissionais autônomos no app da Funtrab.

64,46% de aumento nos pedidos de demissão

Conforme publicado pelo Correio do Estado na edição de 18 de maio, o número de demissões em MS está em patamares altos desde o começo deste ano.

Segundo o Caged, foram 32.578 funcionários que pediram as contas no primeiro trimestre, 64,46% a mais que os 19.809 entre janeiro e março do ano passado.

Apesar de o número ser representativo, de acordo com os especialistas é um demonstrativo de recuperação no mercado de trabalho, pois os trabalhadores começam a escolher onde trabalhar.

No saldo entre contratações e desligamentos, o Estado tem 17.044 vagas de saldo positivo.

Via Correio do Estado MS

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