Fluxo de veículos e incêndios são principais motivos para piora da qualidade do ar na Capital
13:07 01/02/2023
Pesquisa da UFMS indica que os piores períodos são durante as secas, entre os meses de agosto e setembro
Relatório sobre a poluição do ar em Campo Grande, divulgado nesta quarta-feira (1º), pela Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, indica uma piora na qualidade do ar em parte do ano na Capital, principalmente entre os meses de agosto e setembro.
O relatório é resultado de um levantamento de dados colhidos entre maio de 2021 e dezembro de 2022, pela Estação de Monitoramento da Qualidade do Ar da instituição.
Segundo as informações divulgadas pela UFMS, os dados mostram que o fluxo de veículos é a principal fonte de poluição.
Mesmo assim, percebe-se que a qualidade do ar é classificada como boa na maior parte do ano.
Recorrentemente, as condições consideradas moderada, ruim e muito ruim são registradas nos meses mais secos.
De acordo com o professor do Instituto de Física, Widinei Alves Fernandes, outro motivo para a piora da qualidade do ar em Campo Grande é a ocorrência de incêndios.
“Estes períodos têm forte ocorrência de queimadas, tanto dentro da cidade como nas proximidades, além de um período longo sem chuva. A qualidade do ar fica mais comprometida”, afirma.
Pesquisa
Sobre a pesquisa em si, o professor Widinei destaca, ainda, que as informações colhidas são importantes para a população e para o poder público.
“Ao longo do tempo, conseguimos saber quando os picos de concentração dos poluentes ocorrem, de onde vêm, o que causa o impacto e isso dá um subsídio para os órgãos públicos na tomada de decisões. Eles podem, por exemplo, fazer uma previsão do número de pessoas que procuraram os postos de saúde para fazer a inalação, ou a quantidade de pessoas expostas, ou seja, uma série de estudos podem surgir a partir do monitoramento, com alertas que podemos dar à população quando o nível de poluição ficar acima do permitido”, detalha o professor.
Desse modo, o monitoramento serve tanto para auxiliar no aprendizado dos estudantes, quanto para prestar um serviço para o município e população.
Conforme divulgado, o trabalho dos pesquisadores e dos estudantes que atuam no projeto “Monitoramento da Qualidade do Ar na Cidade de Campo Grande” é contínuo e os dados são coletados diariamente, considerando os poluentes atmosféricos PM10 e PM2,5.
“Quando a gente fala de poluição do ar, esse é o principal parâmetro para identificar a poluição atmosférica. Monitorar mostra claramente se a cidade é mais poluída ou menos poluída”, destaca o professor.
Saiba mais
O projeto foi desenvolvido em parceria com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais e recebeu também a doação de consumíveis do Núcleo Ambiental do Ministério Público Estadual de Mato Grosso do Sul.
Segundo o promotor de justiça Luciano Loubet, a parceria contribui diretamente para a sociedade.
“Nesse projeto, podemos monitorar como está a qualidade do ar em Campo Grande e, caso ela venha a se deteriorar, temos subsídios concretos para acionar as autoridades competentes para que tomem as providências para evitar o pior”, ressalta.
Prefeitura
A reportagem entrou em contato com a prefeitura, acionando a Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Desenvolvimento Urbano (Semadur) para saber se há algum tipo de ação do município já atuante em soluções nessa área. Entretanto, não obtivemos respostas até o o fechamento do texto.
Via Correio do Estado MS
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