Geração de empregos positiva consolida retomada econômica, dizem economistas
11:30 02/08/2022
Mato Grosso do Sul acumula saldo de 30.172 trabalhos com carteira assinada nos seis primeiros meses deste ano
Com os sucessivos resultados positivos na geração de emprego em Mato Grosso do Sul, economistas apontam que há uma consolidação da retomada econômica do Estado.
Em junho, o saldo positivo na criação de vagas foi o sexto consecutivo do ano e o melhor para o mês desde o início da série histórica do Ministério do Trabalho e Previdência, em 2004.
De acordo com os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Novo Caged), no sexto mês do ano, o saldo ficou positivo em 4.196 contrações, resultado entre 29.756 admissões e 25.560 demissões.
O estoque de empregos vem crescendo gradativamente desde o arrefecimento da pandemia da Covid-19. Em junho de 2020, o Estado tinha o total de 513.759 trabalhadores formais. No mesmo mês de 2021, o compilado era de 551.651 vagas. Já o dado mais recente aponta para estoque de 592.322 postos formais.
No acumulado do semestre, são 30.172 empregos com carteira assinada. Em todo o ano passado, Mato Grosso do Sul teve saldo positivo de 36.287, ou seja, nos seis primeiros meses do ano, o acumulado já representa 83,14% do total gerado em 2021, quando o Estado bateu recorde na geração de empregos.
De acordo com o doutor em economia Michel Constantino, a retomada econômica já aconteceu. “O Caged bateu recorde nacional e no nosso estado. Agora estamos na fase de confiança do comércio, do varejo, de indústria e serviços, assim os empreendedores aumentam os investimentos em produção e emprego”, analisa.
Segundo ele, esse movimento tende a ser positivo para o desenvolvimento da economia no curto prazo. “Com o aumento da atração de investimentos vindo de empresas de outros países e outros estados, a alavanca das contratações vem aumentando e deve continuar positiva nos próximos meses”.
A atração de grandes players, como os projetos Cerrado, da Suzano, e Sucuriú, da Arauco, tende a consolidar o Estado como grande empregador. “MS deve continuar a atrair investimentos, como a empresa Suzano e a outra que está vindo do Chile [Arauco]. Abrir novos mercados e reduzir o tamanho do Estado na economia”, completa Constantino.
SEGMENTOS
O setor de serviços continua aparecendo como o segmento que mais contratou no primeiro semestre. Conforme os dados do Ministério do Trabalho, das 30.172 vagas positivas, 42,5%, ou 12.831, vieram dos serviços.
Somente no mês de junho, foram 1.446 novos postos. Na sequência, destacam-se, no ano: agropecuária, com 6.642 vagas, construção (4.401), indústria (3.283) e comércio (3.015).
Doutor em economia e professor da Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul (UEMS), Mateus Abrita corrobora que os números realmente são bem positivos. “Estamos vendo a retomada do setor de serviços, a reabertura está sendo sentida no mercado de trabalho. No início de uma crise, ele é o último a sentir e o último a recuperar”, explica.
Abrita ainda frisa que bares, restaurantes e hotéis estão passando a contratar mais. “Com a abertura econômica que estamos observando agora, setores como bares, restaurantes e hotéis são intensivos em mão de obra e puxam os dados do Caged para cima”, detalha.
Vice-presidente da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis (ABIH-MS), Marcelo Mesquita diz que o setor esperava um pouco mais.
“Tivemos uma expectativa maior que a realidade, sentimos a melhora concretizando em maio e em junho e acreditamos que, com a melhora da pandemia, o cenário se consolidará neste semestre”, analisa.
Segundo ele, o turismo de negócios e lazer está voltando aos poucos, e a expectativa é um pouco maior, com demanda de eventos, palestras, seminários, eventos técnicos e grande fluxo de movimentação de pessoas. “Esse fluxo se intensifica pela própria retomada das empresas que utilizam hotelaria no Brasil inteiro”.
Contudo, Abrita faz uma ressalva. Apesar de os números animarem, ele nota a depreciação de um outro indicador. “Por um lado temos números positivos, com o aumento das contratações, e pelo outro encontramos essa remuneração mais baixa”, complementa.
Conforme dados do Caged, em junho de 2021, a remuneração média de admisssões era de R$ 2.026,10. Já no sexto mês deste ano, a média para novos contratos foi de R$ 1.922,77.
A média de rendimentos para demissões também declinou no período de um ano. No sexto mês do ano passado, o salário era de R$ 2.115,99 para desligamentos, e em junho de 2022, a média foi de R$ 2.004,03.
SEGURO-DESEMPREGO
Outro dado que corrobora a análise de melhora no cenário econômico é a queda no número de requerimentos do seguro-desemprego em Mato Grosso do Sul.
Conforme dados do Ministério do Trabalho, de janeiro a junho de 2021, foram 46.407 requerimentos no Estado, enquanto no mesmo período deste ano o número chegou a 44.960.
Para os economistas, a geração de empregos formais, o empreendedorismo e a informalidade contribuem para que o número chegue a tal resultado.
“Esse fato de ter reduzido o número de solicitações é em função do saldo positivo do Caged e das mudanças adotadas nos últimos anos. Algumas pessoas usavam de má-fé, ficando pouco tempo nas empresas para acessar o benefício”, explica o economista Marcio Coutinho.
Constantino acredita que a retenção de empregos ajuda a manter a economia em crescimento. “É um resultado importante, a manutenção dos empregos é fundamental para o trabalhador e para a economia, um reflexo positivo do esforço das empresas e do governo federal”, finaliza.
R$ 1.922 média salarial para contratações
Conforme dados do Caged, em junho de 2021, a remuneração média de admissões era de R$ 2.026,10. Já no sexto mês deste ano, a média para novos contratos foi de R$ 1.922,77.
R$ 2.004 média salarial para demissões
A média de rendimentos para demissões também declinou no período de um ano. No sexto mês do ano passado, o salário era de R$ 2.115,99 para desligamentos, e em junho de 2022, a média foi de R$ 2.004,03.
Via Correio do Estado MS
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