Jurídico da Câmara vai analisar cassação de Lucas de Lima
7:49 16/01/2018
[Via Correio do Estado]
A Justiça Eleitoral emitiu comunicado informando que cabe à Câmara Municipal a cassação do vereador Lucas de Lima (SD) e a posse do suplente, o ex-vereador Eduardo Cury (SD). Ainda sem conhecimento do caso, o presidente da Casa de Leis, vereador João Rocha (PSDB) informou que somente depois da notificação da perda dos direitos políticos é que o Legislativo dará início ao processo de vacância do cargo.
“Ainda não tomei conhecimento e não vou emitir nenhum julgamento precipitado. Vou falar com o procurador da Câmara e talvez vamos encaminhar o caso para comissões”, disse Rocha.
De olho na vaga, Cury já entrou com ação no Tribunal Regional Eleitoral de Mato Grosso do Sul (TRE-MS) solicitando o afastamento de Lucas de Lima. Em resposta ao pedido dele, a Justiça Eleitoral emitiu a nota. “Chegando a informação da perda dos direitos políticos ao Presidente da Câmara dos Vereadores (art. 15, III, da CF), o que deve o mesmo fazer é declarar vago o cargo e convocar o suplente (art. 8º, I, do DL 201/67) já que não se aplica ao parlamentar municipal a imunidade processual “, diz o comunicado.
Agora está nas mãos de Rocha o futuro político do vereador. Lima foi condenado em segundo grau por apropriação indébita. E agora ele está sendo acusado de falsidade ideológica por ter omitido, no registro de candidatura, sua condenação en primeira instância.
Na tarde desta segunda-feira (15), a Justiça Eleitoral encaminhou ofício comunicando que Lima cometeu crime ao não informar no registro de sua candidatura a condenação de fevereiro de 2016. Diante disso, o caso agora está nas mãos do Ministério Público Estadual para ser investigado.
De acordo com o advogado de Cury, Arthur Vasconcelos, não cabe a Justiça Eleitoral fazer o pedido de suspensão do cargo, pois ainda não foi oficialmente comunicado a condenação criminal pela Justiça Federal. “Por isso que qualquer interessado poderá fazer o pedido”, disse. No caso, o suplente foi quem se interessou em requerer essa suspensão.
Ainda segundo advogado, pesa contra Lima o caso de ele não ser mais réu primário. Isto é, além do caso de apropriação indébita, ele sabia que não poderia disputar o cargo por ter condenação e isso caracterizou outro crime.
OUTRO LADO
Apesar de reconhecer a infração, Lucas alega não ter cometido dolo, ou intenção de cometer o crime. “Estou sofrendo com isso. É algo que tem me dado muita dor de cabeça”, lamentou anteriormente. Hoje, a defesa do vereador informou que acompanha o caso e vai trabalhar para manter o mandato.
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