“O Plano atende aos requisitos legais dos Estados Unidos e do Chile. A ordem de confirmação emitida hoje pelo Tribunal dos Estados Unidos representa o marco mais recente nos Estados Unidos do processo de Capítulo 11 iniciado pela Latam para garantir a sua sustentabilidade no longo prazo”, afirmou a empresa.
A companhia informou que agora está focada em implementar medidas e atos societários para encerrar o processo, previsto para o 2º semestre de 2022. Ainda é preciso que a assembleia extraordinária de acionistas aprove a nova estrutura de capital. A empresa também deve fazer o registro de ações no regulador do mercado financeiro do Chile.
“Uma vez tornado efetivo, o Plano da Latam injetará aproximadamente US$ 8 bilhões por meio de uma combinação de aumento de capital, emissão de títulos conversíveis e novas dívidas”, afirmou a empresa. “Isso inclui o financiamento de US$ 5,4 bilhões garantido pelos principais acionistas (Delta Air Lines, Qatar Airways e Grupo Cueto) e pelos principais credores da Latam (ou seja, os credores representados pelo grupo Ad Hoc de Credores da Latam Parent e certos detentores de títulos locais).”
O CEO da Latam Airlines Group S.A., Roberto Alvo, disse estar muito satisfeito com a confirmação do plano pela Justiça norte-americana. “Este é um passo muito importante no processo de saída do Capítulo 11 e continuaremos trabalhando intensamente para concluir as etapas restantes nos próximos meses”, afirmou.
A Latam assinou um financiamento de US$ 2,75 bilhões para sair da recuperação judicial nos Estados Unidos, a partir de cartas de compromisso com diversas instituições financeiras: JPMorgan Chase Bank, N.A., Goldman Sachs Lending Partners LLC, Barclays Bank PLC, BNP Paribas, BNP Paribas Securities Corp. e Natixis (New York Branch).
O financiamento de saída é parte do plano de reorganização que considera uma nova dívida de US$ 2,25 bilhões e a disponibilização de uma linha de crédito de US$ 500 milhões.
Histórico
A Latam está em recuperação judicial nos Estados Unidos desde maio de 2020 e enfrentou uma forte ofensiva da concorrente Azul, que queria comprar as operações da companhia chilena no Brasil.
Em entrevista ao Poder360, o CEO da Azul, John Rodgerson, disse que, caso conseguisse comprar a Latam, mesmo com a redução de empresas do mercado, isso seria benéfico para o consumidor. Porque, dessa forma, poderia investir em novas tecnologias, como carros voadores, e também captar dinheiro com taxas menores.
A Azul aguardou a apresentação de um plano da Latam aos credores para, em seguida, fazer uma oferta a eles. Entretanto, quando esse plano foi apresentado, o presidente da Azul disse que a companhia estava “muito cara”.
O plano de recuperação judicial apresentado pela Latam em 26 de novembro de 2021 incluía um aporte de US$ 8,19 bilhões (equivalente a R$ 45,9 bilhões na cotação da época).
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