Brasil

Ministério descarta dragagem no tramo norte do Rio Paraguai

Circuito MS

8:44 03/10/2024

Após reunião com especialistas, o Ministério de Portos e Aeroportos informa que não fará o aprofundamento em trecho do rio

Após consultar especialistas, o Ministério de Portos e Aeroportos (MPor) informou que não fará a dragagem do tramo norte do Rio Paraguai.

Especialistas no bioma pantaneiro foram consultados pela Secretaria Nacional de Hidrovias e Navegação, e ficou definido que este ponto do rio, localizado entre Cáceres e Corumbá, não está nos planos que consistem na dragagem de aprofundamento.

O secretário de Hidrovias, Dino Antunes, que convidou os especialistas para acompanhar o andamento dos projetos de hidrovia, esclareceu que o grupo irá participar de outras reuniões.

“Estamos falando de um sistema de transporte altamente sustentável. Não faz sentido bloquear qualquer solução de hidrovia sem o conhecimento dos projetos e de seus impactos ambientais”, comentou o secretário.

Deste modo, segundo explicou Dino, o trecho de cerca de 680 quilômetros entre Cáceres (MT) e Corumbá (MS) continuará com a navegação apenas por embarcações de pequeno e médio porte.

Com isso, evitam-se os impactos que eventualmente envolvem o transporte de grandes embarcações, que prejudicam a planície de alagamento do Pantanal.

Preocupação

Em carta aberta enviada no final de agosto, os pesquisadores demonstraram preocupação com a possível dragagem do tramo norte, que em larga escala traria riscos ao local conhecido como “coração do Pantanal”, que engloba as seguintes regiões protegidas:

  • Estação Ecológica Taiamã;
  • Parque Nacional do Pantanal Matogrossense.

Para discutir o planejamento, o ministério optou por realizar uma reunião com os especialistas.

Tramo Sul

Com relação ao projeto de dragagem do tramo sul, que envolveu inclusive uma decisão do Ibama de barrar a dragagem, a pesquisadora Débora Calheiros salientou que isso não causa preocupação por ser uma região navegável.

A área possui cerca de 600 quilômetros entre Corumbá e a foz do rio Apa (fronteira com o Paraguai).

Nesse ponto, a profundidade pode variar entre 3 e 3,20 metros, sendo possível, inclusive, a passagem de várias embarcações com 290 metros de comprimento, 8 metros de largura, calado de 2,7 metros e capacidade para 24 mil toneladas.

Conforme a pasta, neste trecho é necessário realizar apenas a dragagem de manutenção, que garante a navegabilidade durante todo o ano com segurança.

Carta

“Nossa preocupação, como especialistas em climatologia, hidrologia, geomorfologia e ecologia da região, se dá pelo fato de 2024 se apresentar como um ano de seca excepcional, nunca antes observado, e os impactos das dragagens, mesmo que apenas as de manutenção, previstas para o canal natural do rio Paraguai se tornarem imprevisíveis. Estão previstas dragagens com fundos do Novo PAC na seção superior – Tramo Norte do rio Paraguai, com cerca de 700 km de extensão, em 27 pontos considerados críticos para a navegação, bem como na seção inferior – Tramo Sul, com extensão em torno de 1.000 km, com previsões de cerca de 5 e até 30 pontos de dragagem, conforme a fonte de informação”, diz trecho do documento datado em 27 de agosto. (Veja íntegra da carta)

Via Agência Brasil

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