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Mortos nas chuvas de Pernambuco chegam a 128 e buscas são encerradas

Circuito MS

10:01 04/06/2022

Governador enviou projeto de lei para pagamento de auxílio para famílias em situação de extrema pobreza que estão desabrigadas

O Corpo de Bombeiros encontrou, na manhã de ontem (3), o corpo da última desaparecida após os desastres provocados pelas chuvas em Pernambuco. Com isso, o número de mortos nos recentes temporais no estado subiu para 128.

A última vítima encontrada estava soterrada em um deslizamento na comunidade do Areeiro, em Camaragibe. O corpo de Mércia Josefa do Nascimento, 43, foi levado para o IML (Instituto de Medicina Legal) para perícias e identificação oficial da vítima. O nome foi informado pelo Corpo de Bombeiros.

Nesta sexta, voltou a chover forte no Recife, provocando alagamentos em diversas ruas e avenidas. Até o momento, não há registro de feridos ou vítimas pelo temporal. Como a maré estava alta -2,1 m às 6h-, o escoamento de águas da chuva foi dificultado.

O monitoramento meteorológico da Agência Pernambucana de Águas e Clima registrou, nas primeiras horas da manhã desta sexta-feira, acúmulos de chuva com intensidade moderada, com pontos isolados fortes, na Região Metropolitana, Zona da Mata Norte e Mata Sul. No Recife, houve precipitações de até 60 milímetros em três horas.

Segundo a agência, essas chuvas são decorrentes de instabilidades causadas pelo efeito das brisas marinhas, que são eventos comuns para essa época do ano e devem ocorrer até meados de agosto, principalmente na madrugada e primeiras horas da manhã.

A tragédia superou as cheias de 1975, quando 107 pessoas morreram no estado. A enchente de maio de 1966 matou 175 pessoas e continua sendo considerada o maior desastre da história de Pernambuco.

Na tragédia de 2022, o número de desabrigados é de 9.609 pessoas, que estão em 126 instituições, como escolas e entidades públicas, de 26 municípios. Campanhas de doação foram abertas para ajudar famílias atingidas.

No Recife, a prefeitura aplicou apenas 17% das verbas disponíveis para urbanização de áreas de risco nos últimos dez anos.

Dentre os R$ 980 milhões disponibilizados para essas ações na Lei Orçamentária Anual do município, enviada à Câmara Municipal a cada ano, apenas R$ 164,6 milhões foram aplicados na área. Os dados constam no Portal da Transparência do município.

Pernambuco, Bahia, Minas Gerais e Rio de Janeiro tiveram desastres naturais que somaram mais de 400 mortes nos últimos seis meses.

Até o início da tarde desta sexta-feira (3), 34 cidades haviam decretado estado de emergência -assim como o governo de Pernambuco. Ao todo, 57 cidades foram afetadas pelas chuvas.
De acordo com a administração estadual, 51 municípios tiveram algum tipo de prejuízo em consequência das chuvas.

O governador Paulo Câmara (PSB) enviou à Assembleia Legislativa, nesta sexta-feira (03), um projeto de lei para pagamento de auxílio no valor de R$ 1,5 mil às famílias em situação de extrema pobreza que estão desabrigadas, desalojadas ou perderam bens em consequência dos deslizamentos de barreiras e alagamentos.

Segundo o governo, serão mais de R$ 120 milhões para o auxílio. Mais de 82 mil famílias dos municípios que declararam situação de emergência deverão receber o suporte financeiro.
Já os dependentes de pessoas mortas em consequência dos temporais terão direito a uma pensão vitalícia de um salário mínimo.

A administração estadual também decretou luto oficial de três dias em memória das 128 vítimas dos desastres.

O governador Paulo Câmara propôs à Assembleia Legislativa a inclusão das famílias desabrigadas pela chuva em um programa habitacional. A proposta estabelece renda mensal de até dois salários mínimos.

Na noite da quinta, o Governo de Pernambuco divulgou a lista com os nomes dos até então 127 mortos com os temporais no estado ao longo da semana.

Via Correio do Estado MS

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