Saúde

MPE investiga demora nos atendimentos no Hospital de Câncer

Circuito MS

12:21 01/03/2024

Foco principal do inquérito é apurar “eventual ausência de médicos especialistas em cabeça e pescoço no Hospital de Câncer Alfredo Abrão”

Com aumento de 23% no número de consultas entre janeiro e setembro do ano passado, o  Hospital de Câncer Alfredo Abraão suspendeu parte dos atendimentos no ano passado e agora virou alvo de investigação do Ministério Público Estadual (MPE), conforme publicação desta sexta-feira no diário oficial da instituição. 

Dados enviados pela direção do hospital à Secretaria Municipal de Saúde em setembro do ano passado mostram que em janeiro daquele ano foram realizadas 4.596 consultas. Em agosto, o número aumentou para 5.673 consultas.

O foco principal da investigação é para os atendimentos específicos de câncer de cabeça e pescoço, mas os documentos anexados ao inquérito deixam claro que o problema não se restringe somente a esta especialidade. 

“Temos observado crescimento exponencial de casos novos para todos os serviços de oncologia, situação confirmada pelo SISREG, o que informa que existe uma fila de espera de mais de 40 dias. Ocorre que, especificamente na especialidade de cabeça e pescoço não estamos conseguindo  aumentar a oferta. Dispomos de dois ambulatórios que ofertam 24 consultas semanais. Atualmente, há consultas agendadas para o fim de dezembro de 2023”, informa ofício encaminhado pela direção do hospital enviado à Sesau no dia 26 de setembro do ano passado. 

E, por conta deste aumento na procura, o hospital acabou suspendendo os atendimentos relativos ao câncer de cabeça e pescoço e o tema chegou à promotoria de saúde do MPE. E, além de cobrar explicações do hospital, a promotoria também exige explicações e providência da Sesau, que, em tese, é responsável pelo atendimento à saúde em Campo Grande. 

Em ofício enviado à secretária de saúde, Rosana Leite, no último dia 28, a promotora Daniella Costa da Silva dá prazo de 20 dias para que a secretária informe “as medidas a serem adotadas para solucionar o problema enfrentado pelo Hospital do Câncer Alfredo Abrão, sobre a escassez de especialista em cabeça e pescoço na área de oncologia e a interrupção da agenda, aceitação de novos casos, para o ano de 2024”. 

Além disso, ela exige que a prefeitura “informe se há demanda reprimida para exames diagnósticos de câncer de cabeça e pescoço, e, bem assim, qual o número de pacientes aguardando pela realização de cada um desses exames diagnósticos cuja oferta é obrigatória pelos estabelecimentos habilitados”. 

Do comando do hospital a promotora  exige, também em ofício enviado no dia 28 de fevereiro, entre outras coisas, “a lista de pacientes agendados para realização de exames de cabeça e pescoço, especificando por tipo de exame, bem como indicando o nome do paciente, a data de inclusão na agenda, e o dia em que será realizado o respectivo exame”. 

Com essas exigências a promotora quer saber se o alegado aumento de demanda realmente ocorre e se a responsabilidade pela suspensão dos atendimentos é do hospital ou da secretaria municipal de saúde. 

Via Correio do Estado MS

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