MS é um dos únicos com volume negativo, na comparação com março de 2021, segundo IBGE
13:10 12/05/2022
Setor recuperou perda de janeiro deste ano (-1,8%) e alcançou o maior patamar desde maio de 2015
Ainda que tenha fechado março de 2022 com registro de 0,9% de aumento no setor de Serviços, Mato Grosso do Sul aparece como os dois únicos Estados (com Rondônia) que regrediu o volume, se comparado com o mesmo mês de 2021. Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) – divulgados nesta quinta-feira (6) -, apontam que essa categoria recuperou a perda de janeiro deste ano (-1,8%) e alcançou o maior patamar desde maio de 2015.
Conforme o IBGE, o setor de serviços está 7,2% acima do nível pré-pandemia (registrado em fevereiro de 2020), e 4,0% abaixo de novembro de 201, marcado como ponto mais alto da série histórica. Vale ressaltar que esse cenário é baseado na série com ajuste sazonal, sem essa perspectiva, o volume nacional frente a março de 2021 cresceu 11,4%, com 13.ª taxa positiva.
Em todas as cinco atividades investigadas pela pesquisa houve resultado positivo, com destaque para o setor de transportes (2,7%), com o quinto avanço mensal consecutivo.
Rodrigo Lobo, gerente da pesquisa, aponta que o setor rodoviário de cargas influenciou muito a alta dessa atividade. “Especialmente o vinculado ao comércio eletrônico e ao agronegócio. É a principal modalidade de transporte de carga pelas cidades brasileiras e seu uso ficou ainda mais acentuado após os meses mais cruciais da pandemia”, comentou.
Ele frisa que há ainda a influência do transporte de passageiro, não só por um maior fluxo de pessoas viajando, mas por uma queda no preço das passagens aéreas observadas no fim do primeiro trimestre.
Houve expansão nos serviços de informação e comunicação (1,7%) – segunda maior influência sobre o índice geral – , que com isso recupera parte da perda acumulada entre dezembro de 2021 e fevereiro deste ano, de 4,7%., que, segundo Lobo, não elimina a perda dos três meses anteriores, mas o setor ainda opera 10,5% acima do patamar pré-pandemia.
Ainda, os setores profissionais, administrativos e complementares (1,5%), prestados às famílias (2,4%) e outros serviços (1,6%) completam a lista dos que cresceram em março
Dentre as cinco atividades investigadas, somente os serviços prestados às famílias não superaram o patamar pré-pandemia. “Isso ocorre por causa da magnitude de impacto que esse setor sofreu com a necessidade de isolamento social, diminuição do deslocamento das pessoas e fechamento total ou parcial dos serviços considerados não essenciais”, lembra Lobo.
Segundo o Instituto, o gerente da pesquisa explica que o crescimento atual dos serviços se difere daquele observado no momento em que o setor começou a se recuperar das perdas mais intensas da pandemia.
“Em retrospecto, temos uma recuperação mais forte que vai de junho a novembro de 2020 e em seguida um ritmo menor de crescimento que segue até agosto do ano passado, período em que o setor acumulou 9,1%. De setembro até março de 2022, há um ganho acumulado de 3,4%, ou seja, há uma desaceleração ainda maior, devido à base de comparação mais elevada desde o início da recuperação dos serviços”, diz.
Quando comparados a março do ano passado, os serviços avançaram 11,4% e o resultado positivo também foi acompanhado por quatro das cinco atividades. A principal influência sobre o crescimento total veio do setor de transportes (17,2%). Outros avanços vieram dos serviços prestados às famílias (62,2%); dos profissionais, administrativos e complementares (9,1%); e de informação e comunicação (4,0%). Também nesse indicador, apenas o setor de outros serviços (-4,3%) teve taxa negativa.
“O setor de outros serviços foi o primeiro a mostrar recuperação mais rápida dos efeitos da pandemia. Os outros quatro demoraram mais a se recuperar. Por isso ele tem uma base de comparação mais elevada”, finaliza o pesquisador.
Via Correio do Estado MS
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