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O médico campo-grandense Marcos Gomes conquistou oito medalhas de ouro em provas de natação dos Jogos Mundiais de Medicina e da Saúde, realizados em Montenegro. O profissional venceu as provas de 100m borboleta, 100m peito, 100m livre, 100m costas, 50m livre, 200m livre, 400m livre e o trajeto de 4 km de travessia do Mar Adriático, todos na faixa-etária acima dos 65 anos. “São 27 anos de natação, de muito treinamento e determinação”, exaltou o nadador. A competição contou com atletas de 54 países e é aberta a todos os profissionais na área da saúde, como médicos, enfermeiros, auxiliares, fisioterapeutas, farmacêuticos, bioquímicos, veterinários, biólogos, entre outros. Maria José Maldonado, presidente da Associação Médica de Mato Grosso do Sul, comemorou o resultado. “O Marcos nos orgulha pelo exemplo de vida saudável que todos devemos buscar”.

Circuito MS

10:35 05/07/2019

[Via Campo Grande News]

Acostumado ao clima quente, o campo-grandense se divide quando chegam os poucos dias frios do ano. Parte odeia. Outra parte ama. Para quem tem abrigo adequado, a polêmica fica no “gosto/não gosto”, mas para quem vive de forma improvisada, quando a temperatura cai, é hora de preocupação e de se virar da forma que dá para se proteger. É o que está ocorrendo nas favelas ainda existentes na cidade.

No Jardim Noroeste, moradores se organizam para o frio previsto para chegar ao Estado no fim de semana. Segundo o Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia), o alerta segue até a próxima segunda-feira (8). Conforme a meteorologia, Campo Grande poderá ter temperatura mínima de 3°C no sábado (6) e 5°C no domingo (7).

A mudança na temperatura preocupa os que mais sofrem seja no clima seco ou chuva. Além de muita gambiarra para suportar o frio, alguns esperam doações de agasalhos e cobertores.

Na região onde as famílias improvisam barracos para morar, Cristiano Almeida de 55 anos, diz que ainda não sabe como vai passar esse frio. “Normalmente eu ligo o fogão a lenha para a gente se esquentar”, disse.

O ajudante de pedreiro garante que divide com a esposa e a filha de 11 anos o único cobertor. “Esperamos que alguém nos ajude e doe mais um cobertor”, falou, afirmando ainda que a família sobrevive dos bicos que ele faz e doações. “O frio é duro”, exclama.

Vizinha de Cristiano, a camareira de 37 anos, Claudineia da Costa, vive há quatro anos com o marido e os três filhos de 10, 7 e 4 anos. Ela já ficou sabendo do frio que está por vir, mas hoje tem tudo preparado. “Recebemos recentemente doações de casacos e cobertores, não gosto muito de frio porque é ruim até para trabalhar, mas felizmente esse [frio] vamos passar bem, eu espero”, explica.

Ela conta que está mais aliviada porque chuva e frio chegaram à época de férias. “Seria ruim para eles para escola com o tempo assim”, conta.

A família da Sabrina Martinez, de 19 anos, deverá passar um pouco melhor. Eles também já ouviram falar sobre o friozão que está por vir, apesar de receber doações também, a maioria dos que moram na casa trabalham, “Então provavelmente teremos que comprar mais cobertores”, afirma. “Nesse tempo ficamos mais dentro de casa”.

“Agarrados” – Franciele Argilar, de 23 anos, mora na favela do Mandela com os filhos de 2 meses, de 2 e de 6 anos. Conta que só tem três cobertores, sendo dois colocados na parede para tentar estancar o vento e deixar o cômodo mais quente. “Para aquecer um pouco mais dorme todo mundo junto. Em dias de frio não tem como ficar separado”, diz.

Ela conta que o frio é ainda maior pela localização, próxima ao córrego Segredo. A casa é toda de zinco, o que também acaba contribuindo para o frio.

Luana Martins, de 23 anos, também contou que adere ao sono compartilhado para diminuir o frio. A jovem chegou ao local durante o frio do ano passado e teve que improvisar no barraco. “Dormiram cinco pessoas em uma só cama”, diz, se referindo a ela, aos filhos de 2 e 5 anos e também a avó. A família contava apenas com uma coberta.

Também citou que uma dica para driblar as temperaturas baixas é tomar bastante chá e mate antes de dormir. “Aí jogamos a única coberta que tem e nos viramos como pode”.

Representante da comunidade do Mandela, Greiciele Naiara relata que essa é a pior época para os moradores. Os ventos cortando os barracos deixam tudo ainda mais difícil. Diz que as doações são raras e que a única assistência é da ONG Amparo Move e Esperança.

Segundo ela, atualmente são cerca de 125 famílias, sendo 348 pessoas, entre elas 160 crianças de 0 a 10 anos. “O número de moradores é muito grande, a ONG não consegue atender todo mundo”, conta. Pelo menos oito mulheres são gestantes.

Outra situação é o saneamento. O esgoto a céu aberto deixa as crianças sujas a todo o momento. “Precisa esquentar água para dar banho e acaba deixando a situação mais complicada”. Também diz que o frio costuma fazer a alegria de alguns campo-grandenses, que, segundo ela, contrasta com a situação em que vivem. “Ficamos reféns de doações, esperando que alguém deixe casaco, cobertor”.

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