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OAB-MS também vai investigar descarte de documentos de processos em avenida

Circuito MS

16:20 05/12/2018

[Via Campo Grande News]

A OAB-MS (Ordem dos Advogados do Brasil-Seccional de Mato Grosso do Sul) vai aguardar o resultado de investigação da Polícia Federal sobre o descarte de cópias de documentos relativos a apurações e processos na Justiça em via pública para avaliar se cabe punição ao responsável pelos papéis. A medida, conforme explicou o presidente da entidade, Mansour Karmouche, pretende apontar se houve omissão na guarda e destinação correta da papelada.

Na manhã desta quarta-feira (5) vários documentos foram encontrados em um trecho de cerca de 300 metros da Avenida Ernesto Geisel, próximo ao cruzamento com a Avenida Fernando Corrêa da Costa, no Centro de Campo Grande. Entre os documentos estavam cópia da investigação da Operação Quijarro, de 2010, que apurou a atuação do tráfico de cocaína na fronteira de Mato Grosso do Sul com a Bolívia –incluindo nomes de envolvidos e cópias de ligações telefônicas interceptadas.

As folhas também incluíam cópias de pedidos de advogados à Justiça Federal, de mandados de busca e apreensão, de prisões e flagrantes e detalhes sobre o assassinato de Maria de Fátima Florentin Tavares, morta a tiros em fevereiro de 2010. A PF esteve na região e realizou o recolhimento dos documentos, confirmando, via assessoria, que apura o caso.

Responsabilidades – O advogado Mário Sérgio Rosa confirmou que os documentos saíram de seu escritório depois da limpeza em uma sala que passará por reforma. Segundo ele, papéis de documentos prescritos foram destruídos e lançados em uma caçamba em frente ao imóvel. Contudo, na segunda-feira (3), ele disse que uma caminhonete de reciclagem estava nas imediações pegando os papéis. “Não sei se caiu da carroceria”, disse à reportagem.

Mansour Karmouche disse que tomou conhecimento do caso pela imprensa. “Ele (Rosa) vai ter de explicar o porquê de os documentos terem ido parar na rua. Existe a questão do sigilo, o advogado deve preservar seus clientes. Assim que a Polícia Federal concluir o inquérito, vai o enviar para a OAB apurar”, afirmou.

O presidente da Ordem afirma que, mesmo se tratando de cópias de processos e inquéritos, os documentos precisam ter “destinação responsável”. “Havia documentos integrais, cópias inteiras, que não podem simplesmente ser jogados. É preciso preservar as partes e ter responsabilidade nesse descarte”, alertou.

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