Tragédia

Paraná: Decisão de fechar rodovia por risco de deslizamento cabia à concessionária, diz PRF

Circuito MS

17:49 30/11/2022

A decisão de fechamento ou liberação da BR-376 por risco de acidente cabia à Arteris Litoral Sul, concessionária que administra a rodovia, afirmou nesta quarta-feira, 30, a Polícia Rodoviária Federal (PRF). Por volta das 19 horas de segunda-feira, 28, um deslizamento ocorrido no trecho em que estrada passa por Guaratuba, no Paraná, atingiu mais de 15 veículos.

O acidente, causado pelas intensas chuvas que atingem a região, ocorreu quando havia uma fila de veículos parados na pista, em razão da queda de uma barreira ocorrida horas antes. Seis pessoas foram resgatadas com vida e duas mortes foram contabilizadas até o momento. Outros 30 envolvidos estão desaparecidos, estimam equipes de resgate que trabalham no local.

“Quem tem todo um inventário da rodovia, com relação a todas as obras, tudo que é feito, seja na própria pista, como galerias e tudo mais, justamente para você garantir uma condição de segurança, é o órgão rodoviário responsável”, afirmou em coletiva de imprensa o superintendente da PRF Paraná, Antonio Paim de Abreu Junior.

“Nesse caso, continua, há uma concessão pública”, continua. Atualmente, a Arteris Litoral Sul detém a concessão da BR-376. “Essa condição, principalmente numa serra, é uma situação muito dinâmica. Então, essa questão é uma questão própria da concessionária avaliar e agir de acordo com os levantamentos e até o histórico de ações que se tem nos locais.”

Nesta terça-feira, 29, o governo do Paraná instaurou um gabinete de crise, com previsão de lançar boletins diários sobre o deslizamento. Na ocasião, o coordenador estadual da Defesa Civil, coronel Fernando Raimundo Schunig, afirmou que a região em que ocorreu o acidente apresenta “bastante vulnerabilidade técnica” e que a situação foi agravada pelas chuvas.

“Esse incidente é reflexo do excesso de chuvas que têm ocorrido na região como um todo”, afirmou. “É uma área de bastante vulnerabilidade técnica e que necessita (de) obras de contenção disso aí. Tanto que a concessionária estava fazendo obras, trabalhando nesse local, já prevendo e sabendo desse risco.”

Schunig apontou que, como se trata de uma região de alto risco e há volume de massa muito grande sobre a pista, as equipes de resgate não podem “simplesmente chegar e começar a retirar vítimas do local”. “Estamos trabalhando com nossa equipe de obras, e engenheiros, no sentido da avaliação do local, para que se possa realizar os resgates”, explicou ele, que reforçou que o local está “muito instável e inseguro”.

Em comunicado publicado nesta quarta, a Arteris Litoral Sul afirmou que “equipes de engenharia, conserva e operações atuam no local para verificação do talude e auxiliam na remoção dos veículos”. A reportagem busca contato com a concessionária para entender se havia análises prévias sobre risco na pista, mas ainda não obteve resposta.

Acidente envolveu seis caminhões

O Corpo de Bombeiros informou em coletiva de imprensa nesta quarta que conseguiu fazer a retirada de uma carreta e três veículos que estavam na parte superior da pista. O corpo da segunda pessoa, que teve o óbito confirmado ainda na terça-feira, 29, foi retirado do local nesta manhã e encaminhado para Curitiba.

O acidente envolveu mais de 15 veículos. Após a retirada de alguns deles, seguem soterrados dez veículos de passeio e seis caminhões. O Corpo de Bombeiros descartou a informação de que um ônibus estivesse entre os veículos soterrados. Segundo o último boletim oficial, seis pessoas foram resgatadas com vida. A estimativa é que 30 pessoas seguem desaparecidas.

O governo paranaense lançou um apelo aos familiares e amigos de pessoas que eventualmente possam ter desaparecido no local para que entrem em contato com a Central de Atendimento da Polícia Científica pelo telefone (41) 3361 7242, que funciona 24 horas. As informações podem ajudar na localização de possíveis vítimas.

Via Estadão

Comente esta notícia