Paredes caem e integração dentro de casa vai muito além da cozinha americana
9:50 31/10/2018
[Via Campo Grande News]
Quando pensamos em projetos de diferentes estilos, mas dentro de espaços pequenos, ver o ambiente pronto é impossível para quem está acostumado com muitas paredes. Mas hoje é tendência integrar ao máximo os ambientes, pelo bem da união não apenas na arquitetura, mas entre a família e os amigos, principalmente.
Na Casa Cor MS deste ano, dois projetos se destacam pelo aproveitamento em menos de 70 m². Um deles é o Chalé do Tempo, projetado e executado pelas arquitetas Christine Zani e Letícia Fornari. No começo, era um conjunto de formas sem cores, mas quando a dupla decidiu que haveria um telhado e a energia do lugar viria do verde, nasceu o paisagismo por todos os cantos.
O chalé tem 40 m² com paredes revestidas de MDF, móveis multifuncionais e um telhado de gesso, especialmente elaborado para a mostra. No ambiente, a estrutura da cobertura, de tesouras de madeira crua, deram um toque rústico até no teto e são característicos de chalés.
O lugar foi pensado para um convívio em família e integra três ambientes, como é possível perceber na aproximação da sala de estar ao home office e até uma mesa de jantar, que no decorrer do dia vira mesa de jogos e um estante de decorações que também ganhou pia para a lavagem das mãos antes da refeição ou depois das brincadeiras.
Tudo em um mesmo espaço, o jeito foi trabalhar com o design dos móveis. A escrivaninha que pode ser usada para receber o computador ou materiais de estudo, foi desenhada também para guardar pequenos brinquedos, muito lápis de cor e papéis para desenhos.
Outra alternativa que fez toda diferença no ambiente foi o uso do verde. Por ser dentro de um shopping, a estrutura da mostra de arquitetura limitou profissionais no quesito iluminação natural e ventilação no espaço. Por isso, Letícia optou pelo papel de parede nas extremidades superiores, com estampas de folhas de bananeira, o que transmite a sensação da casa ser rodeada pelo verde.
“As plantas fazem parte de tudo, acolhem, ensinam. A parte mais especial é compartilhar arte na mesa que, além de organizar canetas, lápis e pincéis, guarda o charme de uma trepadeira que cuidamos todos os dias com muito carinho”, descreve a arquiteta.
O revestimento de MDF é outro destaque. Se a opção for dar um ar mais contemporâneo, uma empresa sul-mato-grossense trabalha a marcenaria com painéis modulados. As “listras” aparentes são na verdade espaços entre os painéis também trabalhados com detalhes em madeira.
“Na medida do brasileiro”, assim o ambiente é definido pelo próprio arquiteto, Douglas Radi, que idealizou em 70 m², o Estúdio – A Casa é Sua, inspirado na canção de mesmo nome, de Arnaldo Antunes, que conta com quatro ambientes como quarto, sala cozinha e banheiro.
Havia grande expectativa em como ver um estúdio definido como grandes espaços abertos, normalmente ocupados por grandes salas em apartamentos ou salas comerciais, podem ser transformadas em uma casa de verdade, sem perder a estética funcional e nem o aconchego do lar que vira refúgio depois do expediente.
“Porque um estúdio? Hoje a contemporaneidade exige casas pequenas mas com uma amplitude que tenha tudo, por isso foi um desafio trabalhar esse espaço com direito a sala, suíte com banheiro integrado ao quarto, cozinha e mesa de jantar”, diz Douglas.
O passo seguinte do arquiteto que desenhou todo o interior, deixando espaço suficiente para abrigar, confortavelmente, uma pessoa solteira ou até um casal, foi pensar na personalidade que não deixasse de lado o conceito Casa Viva, referência da mostra de 2018.
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Por isso, a opções estúdio traz como referência a memória, que se aproxima bem das casas brasileiras, onde o que não falta são histórias, lembranças de famílias e aquele mobiliário antigo que nunca saiu de moda. “Quando a gente se apropria de um ambiente e das coisas dentro dela, isso ganha novos significados. Essa suíte, por exemplo, com um banheiro todo aberto integrado ao quarto traz uma sensação de amplitude e ao mesmo tempocontemporaneidade”.
Mas se apegar a estilos não é o forte do arquiteto, que preferiu trabalhar com uma mistura de objetos que vão do clássico, ao estilo tocano e até passeiam pelo moderno em obras de arte mais conceituais.
A cozinha, por exemplo, apesar de pequena, tem tudo o que é necessário para atender o morador ou receber visitas em casa. Novamente para sentir amplitude, as prateleiras tomam os armários fechados e tubos de gás, ao invés de ficarem escondidos, tornam-se elementos da decoração.
“Hoje estamos vivendo num mundo onde se aproveita muito as coisas. Então quando a gente se aproveita, damos novos significados a elas. Por isso eu quis uma atemporal, sem estilo concreto, apenas feita de cor, história de família, com peças de design, mas também louças e cristais trazem uma memória afetiva, porque isso traz uma poesia aos nossos olhos”.
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