Petrobras anuncia volta à distribuição de gás de cozinha
7:02 08/08/2025

Governo privatizou Liquigás em 2019 e, desde então, não vende no varejo; presidente Lula reclamou recentemente do preço ao consumidor
A Petrobras vai voltar a ter uma distribuidora de gás de cozinha. Quase seis anos após a privatização da Liquigás, o Conselho de Administração da estatal aprovou a volta da empresa para a distribuição do Gás Liquefeito de Petróleo (GLP).
Em fato relevante divulgado no fim da noite de quinta-feira (7), a Petrobras informa, sem dar detalhes, que o Conselho aprovou a estratégia de “atuar na distribuição de GLP”. Com a nova área, a Petrobras pode, em tese, voltar a vender diretamente ao consumidor – o que não acontece há mais de cinco anos.
O comunicado diz, ainda, que a empresa também passa a ter como diretriz na área de distribuição “integrar com demais negócios no Brasil e no mundo” e “oferecer soluções de baixo carbono para seus clientes”.
A Petrobras atuava em duas grandes frentes de distribuição até o governo de Jair Bolsonaro: gás de cozinha, com a marca Liquigás, e combustíveis líquidos, com a BR Distribuidora – atual Vibra.
O GLP era distribuído até o consumidor final pela Liquigás, empresa que teve o processo de privatização concluído em 2020. A Liquigás era uma subsidiária integral da Petrobras e atuava no engarrafamento, distribuição e comercialização do gás de cozinha em todo o Brasil.
Em 2019, a empresa de gás foi vendida por cerca de R$ 4 bilhões para um consórcio das empresas Copagaz, Itaúsa e Nacional Gás.
O preço do gás de cozinha tem sido motivo de incômodo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que já citou o tema em eventos públicos. Em maio, Lula criticou os “atravessadores” do mercado de gás.
“O botijão de gás é vendido pela Petrobras às empresas por R$ 37. Não tem explicação ele chegar a R$ 120 reais. Alguém está ganhando muito dinheiro com isso. Comprei no primeiro mandato a Liquigás para regular o preço. Hoje, 4 empresas controlam 90% da distribuição de gás”, disse em evento em Campo Verde, MT.
A outra subsidiária da estatal privatizada durante o governo Bolsonaro foi a BR Distribuidora, que teve o controle vendido em 2019. Atualmente, a empresa se chama Vibra, mas os postos de combustível ainda levam a marca “Petrobras” ou “BR”.
Via CNN Brasil
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