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PF conclui que Colômbia foi mandante do assassinato de Bruno e Dom

Circuito MS

17:20 23/01/2023

O indigenista Bruno Pereira e o jornalista Dom Phillips, foram assassinados em junho de 2022

A Polícia Federal no Amazonas afirmou na tarde desta segunda-feira (23) que os assassinatos do indigenista Bruno Pereira e do jornalista Dom Phillips, em 5 de junho de 2022, tiveram um mandante.

Segundo o ex-superintendente da PF Eduardo Fontes, que esteve no cargo durante a maior parte das investigações, o caso está 90% concluído e há “indícios veementes” de que Ruben Dario da Silva Villar, o Colômbia, é mandante dos crimes.

Villar é suspeito de liderar uma organização criminosa de pesca ilegal na região da Terra Indígena Vale do Javari, na fronteira do Brasil com Peru e Colômbia.

Os executores foram Amarildo Oliveira, o Pelado; seu irmão Oseney de Oliveira, o Dos Santos; e Jefferson da Silva Lima, o Pelado da Dinha, conforme denúncia do MPF (Ministério Público Federal). Uma quarta pessoa participou de forma mais direta do crime, segundo a PF.

A Justiça Federal no Amazonas já havia adiado, em quase dois meses a realização das audiências em que serão ouvidas as testemunhas de acusação e defesa no processo dos assassinatos do indigenista e do jornalista.

O adiamento das audiências de instrução, agora serão realizadas em março e atrasa o desfecho do processo na primeira instância da Justiça. Após os depoimentos das testemunhas e dos próprios réus, o juiz já pode encaminhar uma sentença para o caso.

Como apontou a Justiça Federal, as razões para o adiamento foram uma falha de comunicação da própria Justiça e uma indisponibilidade de salas para que os réus acompanhassem as audiências, que serão feitas por videoconferência. Os suspeitos estão em penitenciárias federais de segurança máxima, por decisão da Justiça.

Amarildo Oliveira, o Pelado, está preso preventivamente no presídio federal de Catanduvas (PR), após ser transferido inicialmente à penitenciária federal de Campo Grande (MS), em novembro. Os outros dois réus -Oseney de Oliveira, o Dos Santos (irmão de Amarildo), e Jefferson da Silva Lima, o Pelado da Dinha- estão presos na unidade de Campo Grande.

O processo tramita na Vara Federal de Tabatinga (AM), que fica na região da tríplice fronteira do Brasil com Colômbia e Peru. A cidade é a segunda mais próxima de Atalaia do Norte (AM), município vizinho da terra indígena Vale do Javari e destino de Bruno e Dom quando retornavam pelo rio Itaquaí.

Os dois foram assassinados pelos réus num trecho do rio próximo da terra indígena, em razão da atuação de Bruno no combate à pesca ilegal no território tradicional, conforme denúncia do MPF (Ministério Público Federal) apresentada no mês seguinte ao duplo homicídio. Os suspeitos atuavam com pesca ilegal na região, segundo o MPF.

As datas inicialmente marcadas para o depoimento de testemunhas e réus eram os dias 23, 24 e 25 de janeiro. O juiz federal Fabiano Verli remarcou essas audiências para 20, 21 e 22 de março.

Via Correio do Estado MS

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