PGR diz não ter dúvidas de que ministro de Temer recebeu R$ 500 mil
13:35 02/11/2017
[Via Midiamax]
A PGR (Procuradoria-Geral da República) enviou uma petição ao STF (Supremo Tribunal Federal) em que afirma não haverem dúvidas sobre as acusações de que o atual ministro das Relações Exteriores, Aloysio Nunes (PSDB), teria recebido R$ 500 mil da Odebrecht, durante a campanha eleitoral de 2010.
A petição foi assinada pela procuradora-geral da República, Raquel Dodge, e enviada ao ministro Gilmar Mendes, do STF, no último dia 24. “É fato incontroverso que houve o repasse de recursos para a campanha do senador Aloysio Nunes”, assina Dodge.
“Resta investigar a origem destes recursos e a finalidade do repasse”, prossegue. A informação da doação eleitoral não oficial é oriunda de dois delatores da Odebrecht, e não conta no sistema de registro de doações oficiais da Justiça Eleitoral.
Segundo um dos delatores, Aloysio aparece nas planilhas do “departamento de propina” da Odebrecht como “Manaus”. O tucano teria recebido dois repasses de R$ 250 mil da empreiteira, por meio de um “representante”, que recebia o dinheiro dos delatores na zona sul de Brasília.
Em sua defesa no inquérito, os advogados de Aloysio citaram trecho dos delatores que “declararam que as doações para a campanha” do atual ministro “não foram condicionadas à prática de ato de ofício em favor da empreiteira”.
Mas para Raquel Dodge, essa defesa só confirma os pagamentos extra-oficiais, deixando dúbio se se trata de crime de corrupção – quando um grupo/empresa troca vantagens com agentes públicos – ou “apenas” caixa dois – crime eleitoral.
A defesa do ministro Aloysio Nunes afirmou que “não houve recursos de forma ilícita para a campanha” em 2010. Segundo a defesa, a manifestação de Dodge “se baseia apenas no que dois delatores falam”, mas “não há nenhuma comprovação” do pagamento de R$ 500 mil.
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