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Pílula do dia seguinte: 30,7% dos adolescentes da Capital já fizeram o uso após relações

Circuito MS

16:21 18/07/2022

Pesquisa foi realizada com escolares do 9º ano do ensino fundamental da Capital

Em Campo Grande, 27,4% dos escolares de 13 anos ou menos já tiveram relações sexuais. Dentre os entrevistados pela pesquisa, 31,8% dos meninos alegaram já terem tido relações, número 8% maior que o de meninas (23,8%).

O número é o 13º menor entre as capitais do país, que tem Curitiba com o menor índice (16%) e Manaus como maior (45,1%).

Quanto à última relação sexual, o percentual de alunos em que um dos parceiros usou preservativo foi de 62%. Entre meninos, o percentual é de 72,8%, e entre meninas 50%.

As informações foram divulgadas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) através da Pesquisa Nacional de Saúde Escolar (PenSE), que realizou o estudo com escolares do 9º ano do ensino fundamental.

O estudo também revelou que na capital, entre os entrevistados que já tiveram relações sexuais, 30,7% fizeram o uso da pílula do dia seguinte como método contraceptivo ao menos uma vez. O percentual é o 6º maior entre as capitais brasileiras, sendo Curitiba a de menor índice (14,8%) e Belo Horizonte a de maior (33%).

Dentre os que utilizaram o método, 13,5% tiveram acesso à pílula pelo Sistema Único de Saúde (SUS), e 68,1% compraram o medicamento em farmácias.

Pílula do Dia Seguinte: riscos e recomendações

Em entrevista ao Correio do Estado, a Ginecologista e Obstetra Mariana Medina de Almeida, explicou que a pílula do dia seguinte funciona de acordo com o ciclo menstrual:

“O nosso ciclo tem duas fases: a primeira, antes da ovulação, que é quando ocorre o recrutamento dos folículos dos ovários para que aconteça a ovulação; e a segunda fase, que é depois que já aconteceu a ovulação. Então, se você toma ela no início do ciclo, no começo da menstruação, ou perto do fim da menstruação, ela vai agir retardando a ovulação, para evitar que a ovulação aconteça perto da relação sexual ocorrida. Agora, se você toma a pílula do dia seguinte na segunda fase do ciclo, ela vai impedir que o óvulo seja fecundado pelo espermatozóide, e vai evitar que o espermatozoide consiga fecundar o óvulo”.

Segundo a médica, a pílula é apenas para uso emergencial, já que se tomada com frequência acaba perdendo sua eficácia.

Dentre os efeitos colaterais estão: náuseas, vômitos, dor de cabeça, inchaço e irregularidade no ciclo menstrual seguinte. Apesar disso, a médica afirma que não há grandes prejuízos a longo prazo.

Em caso de uso da pílula combinada (que tem dois hormônios) o uso excessivo pode aumentar o risco de trombose

“É importante frisar que existem métodos de uso contínuo, que vão ser mais eficazes a longo prazo do que a pílula do dia seguinte. Eles vão trazer menos desconfortos, porque têm uma dosagem hormonal bem menor do que ela, e menos alteração de ciclo menstrual. Se as pessoas estão fazendo uso rotineiro, a eficácia dela cai muito, então tem risco de engravidar mesmo tomando. Às vezes vale mais a pena um anticoncepcional correto, de uso contínuo”, conclui.

Via Correio do Estado MS

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