Política

Polícia apura se atestados de óbitos comprados esconderam assassinatos

Circuito MS

14:42 18/10/2017

[Via Campo Grande News]

A Polícia Civil vai investigar se os atestados de óbitos emitidos por um dentista de Campo Grande que se passava por médico foram usados para encobrir assassinatos. Foi que o que declarou o delegado Hoffman D’Avila Candido de Souza, da 5ª DP (Delegacia de Polícia), durante entrevista coletiva concedida à imprensa no fim da manhã desta quarta-feira (18).

Ele afirmou que o caso será repassado à Dedfaz (Delegacia Especializada de Repressão a Crimes de Defraudações e Falsificações). “Vai ser investigado se houve delitos encobertos pela ação”.

O delegado disse ainda que não é possível dar a dimensão do esquema. “Há chance de haver outras funerárias envolvidas no caso e essa quadrilha pode estar atuando desta forma há anos”.

As famílias que compraram os atestados também estão na mira da polícia, que quer saber quem agiu de má-fé e quem foi enganado.

Esquema – O dentista Marco Aurélio Dorsa, 52 anos, e Anderson Ferreira de Souza, 35 anos, da funerária Anjos da Paz, foram presos na noite desta terça-feira (17) e levados à Depac (Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário) da Vila Piratininga.

O esquema foi descoberto depois que uma SVO (Serviço de Verificação de Óbito), órgão que emite os atestados oficiais, encontrou ilegalidade no preenchimento de uma declaração de óbito de uma pessoa que morreu de causas naturais.

Ela informou o médico Arino Faria da Silva, 47 anos sobre o problema. Ele descobriu que o carimbo e a assinatura dele eram usados para a fraude e procurou a polícia na tarde de ontem.

Segundo Hoffman, a família da pessoa que teve o atestado declarado pelo falso médico admitiu ter pagado R$ 300 para a funerária e um funcionário da Anjos da Paz também declarou que a pedido do patrão repassava dinheiro ao dentista.

A polícia, contudo, trabalha com a hipótese dos atestados custarem até R$ 500 .

Marco Aurélio e Anderson foram presos e vão responder por falsidade ideológica de documento público. O dentista foi autuado ainda por exercício ilegal da profissão.

Durante a coletiva, na Depac os dois esconderam a face dos repórteres e preferiram não dar entrevista.

Procedimento – Quando uma pessoa morre naturalmente – causas que não por acidente ou homicídio -, em casa ou em hospital, o médico responsável por atestar o óbito é o que assiste ao paciente. A família também pode contratar um médico particular.

Caso contrário, a funerária é encaminha para o SVO, que tem médicos responsáveis pelo exame necroscópico e emite o atestado de óbito.

No esquema descorberto pela polícia, o dentista sequer examinava as pessoas que haviam morrido, por isso, a possibilidade dos atestados terem acobertado homicídios.

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