Por gratidão, Francisco doa cadeiras de fios para visita não ficar em pé no HU
15:50 20/08/2019
[Via Campo Grande News]
Entre as idas e vindas ao Hospital Universitário de Campo Grande, Francisco Sérgio Baravelli, 67 anos, aprendeu a agradecer. Durante o ano de 2017, precisou do SUS(Sistema Único de Saúde) para conseguir atendimento após infartar duas vezes. Sentiu na pele o que é estar vulnerável e não poder fazer nada, nem mesmo na hora de receber as visitas. Por isso, doou 25 cadeiras de fio para dar conforto aos familiares que passam ou passaram pela mesma situação.
“Senti que os acompanhantes não tinham onde pernoitar. Existe essa dificuldade, os visitantes têm que ficar escorados na maca ou em pé. Minha esposa Neuza me acompanhou e ficava cansada porque não tinha onde sentar”, disse. Contudo, ao invés de se queixar, ele prometeu a si mesmo que faria a doação de cadeiras. “Reclamar não adianta. Cada um tem que fazer sua parte”, destacou.
O problema de saúde apareceu em fevereiro de 2017, num domingo, quando passou mal e correu para a UPA (Unidade de Pronto Atendimento), onde realizou exames. No dia seguinte, foi internado no Hospital Universitário. “Constataram que era princípio de infarto”, recordou.
“No hospital realizei a cirurgia da Ponte de Safena, Catéter e Ponte de Safena Carótida. Os médicos agiram rápido e tenho muito a agradecer”, falou. Contudo, como é diabético, as feridas demoraram a cicatrizar, e nessa precisou ser internado outras vezes por conta de infecções.
Foi quase um ano na luta entre casa e hospital, até que melhorou. Agora toma remédios para preservar a saúde. “Voltei pra casa e esperei dar uma folguinha no bolso pra comprar as cadeiras. Sou aposentado, mas tenho um comércio e trabalho com vendas de sapatos. Viajo sempre e, nesse ano, encomendei as 25 cadeiras de um amigo de São Paulo. Quando chegou, fiz a doação ao hospital”, relatou.
As cadeiras doadas foram recebidas pela equipe do Almoxarifado do HU, onde foi realizado um termo de doação, e em seguida encaminhadas para a equipe de Patrimônio para serem inventariadas. Elas passarão por uma avaliação e devem ser distribuídas nos setores ainda nesta semana.
Para Elaine Cristina Baravelli, 37 anos, o pai é um orgulho. “Exemplo de caráter e de humanidade. As pessoas estão precisando disso, porque chegaram num ponto em que o dinheiro fala mais alto”, afirmou.
Ela relatou que Francisco fez uma promessa de ajudar o próximo após ter sofrido um acidente de carro. “Foi antes do meu nascimento. Agora, todo ano, nas vésperas do Natal ele doa 25 cestas básicas para famílias carentes e sempre gostou de ajudar”, disse.
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