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Prefeitura valoriza assistentes sociais e destaca importância do profissional

Circuito MS

8:10 16/05/2020

A pandemia do novo coronavírus, que assola o Brasil e o mundo, impacta sobremaneira a vida de toda a população. Ainda não podemos dimensionar os impactos, tanto na vida, quanto na organização da sociedade. Em Campo Grande, as recomendações de isolamento doméstico e higienização ocorrem junto com o desemprego e o subemprego. Até março de 2020, 130.824 famílias estavam inscritas no Cadastro Único Para Programas Federais, destes, 76.416 vivem com renda per capita familiar até meio salário mínimo.

Dados da Organização Mundial de Saúde (OMS) e da Organização das Nações Unidas (ONU) indicam que as populações mais pobres serão as mais atingidas pelo Covid-19. Com a suspensão dos atendimentos ao público, nos Centros de Referência de Assistência Social (CRAS), a contar do dia 18 de março, o setor de Gerência de Gestão do Cadastro Único da Secretaria Municipal de Assistência Social, permaneceu atendendo ao público prioritário, visando a proteção dos usuários e das equipes, fortalecendo o atendimento através de telefones e dos canais online, como redes sociais e whatsapp.

A Assistente Social Ana Valquíria Balbuena Leão, conta que o momento é de grande importância na atuação dos assistentes sociais na defesa das necessidades da população e o trabalho tem sido intensificado, com orientações e o suporte às equipes dos CRAS.  “Me sinto honrada de fazer parte da equipe técnica da Gestão do Cadastro Único em um momento em que nós profissionais podemos garantir o acesso da população mais vulnerável aos programas sociais, orientando e garantindo assim a defesa de suas necessidades”, declarou Ana.

No dia 7 de abril desse ano, o Governo Federal disponibilizou a plataforma do Auxílio Emergencial para a população. A família que se inscreveu no Cadastro Único até o dia 20 de março, e atendia às regras do programa recebera o auxílio sem precisar se cadastrar novamente. Já quem já era beneficiário do Programa Bolsa Família receberia o valor automaticamente após liberação do Governo Federal. Na Capital, 29.715 beneficiários do Programa Bolsa Família, migraram para o Auxílio.

O profissional do serviço social atende em uma diversidade de espaços sócio-ocupacionais. Além da pasta da Assistência Social, as áreas de saúde e previdência, empregam a maioria dos assistentes sociais.

Por isso, nesse momento de pandemia, muitos profissionais não puderam se ausentar do trabalho. Pelo contrário, os Ministérios da Saúde e da Cidadania, emitiram orientações para que o serviço não pare, pela natureza da atuação profissional e pelo reconhecimento de que os profissionais também têm a mesma importância que os de outras categorias profissionais. Ou seja, precisam atender diretamente à população.

“Nossa profissão, que é dita como profissional dos serviços essenciais, não pode negar atendimento mesmo que nossas vidas estejam em risco. Trabalhar com o Serviço Especializado em Abordagem Social, em específico à pessoa em situação de rua, me faz compreender a importância de cada efetivação das ações para a população mais vulnerável em cada estratégia para redução dos impactos na vida dessas pessoas. Vejo o quão importante é o profissional de serviço social para a sociedade”, declarou Patrícia Ariane da Costa Silvestre, Assistente Social do SEAS.

Em Campo Grande ainda, são mais de 130 profissionais da área do Serviço Social que atuam na linha de frente, onde uma parte considerável da população vive com menos de um salário mínimo.

A SAS, por exemplo já distribuiu mais de 2.745 cestas básicas, previstas no Benefício Eventual, às famílias em situação de vulnerabilidade social, nesse período. Quatro vezes mais que no mesmo período em 2019.

Durante um bate-papo, a Assistente Social e Gerente de Gestão de Benefícios Socioassistenciais Márcia Rodrigues, contou que quando escolheu fazer serviço social foi porque a profissão trata da questão humana no sentido mais profundo possível e luta pelo direito conjunto de uma sociedade. “A nossa missão é de alguma maneira contribuir com a melhoria da condição de vida do ser humano, da vida de um trabalhador, de uma criança que foi explorada, da população em situação de rua ou de qualquer indivíduo que esteja em situação de vulnerabilidade que não conseguiu acessar seus direitos fundamentais”.

Emocionada, ela ainda conta do encantamento da profissão ao fazer visita domiciliar para a concessão de Benefícios Eventuais, como o de cesta básica. “A gente leva muito além de algo que vai subir a necessidade de alimentação daquela família. Levamos um Universo de possibilidade que muitas vezes a família não consegue enxergar, naquele momento de vulnerabilidade. Eu só peço à Deus saúde para que eu possa permanecer à frente desse trabalho e vencer junto com os meus colegas de profissão que, aqui também estão.  Nesse momento que a gente está vivendo, sinto muito orgulho da minha profissão”.

Uma profissão, majoritariamente feminina, historicamente subalternizada, desvalorizada, tem sido enaltecida, mais ainda, neste momento. O Serviço Social foi uma das primeiras profissões da área social a ter aprovada sua lei de regulamentação profissional, a Lei 3252 de 27 de agosto de 1957, posteriormente regulamentada pelo Decreto 994 de 15 de maio de 1962.

Em tempos de pandemia, o trabalho técnico desses profissionais, é importantíssimo para a execução das políticas públicas sociais em nosso território.

“Ser Assistente Social tem sido uma reinvenção. É fantástico olhar nos olhos daquelas pessoas e ver que você conseguiu de alguma maneira transformar a realidade dela, fazer a enxergar que tem algo além daquele momento de situação que ela está vivendo, que é um momento temporário e que ela não vai permanecer naquela situação de vulnerabilidade por muito tempo”.

O Dia Municipal do Assistente Social

A data foi instituída em Campo Grande por meio da Lei 4.993/11 e das Resoluções 1.138/11 e 1.227/16, foi mais uma forma de reconhecimento para valorização dos assistentes sociais.

A instituição da Lei Municipal do Sistema Único de Assistência Social de Campo Grande, LEI n. 6.222, DE 4 DE JUNHO DE 2019, corrobora a concretude de acesso aos direitos socioassistenciais, com planejamento das ações e oferta dos serviços, programas, projetos e benefícios com qualidade à população, além da segurança jurídica no cumprimento da execução do SUAS no Município, a efetivação da participação social e o fortalecimento da regulação das práticas da gestão de Assistência Social, enquanto propulsora da proteção social e das seguranças afiançadas pela Política Nacional de Assistência Social.

Via CGNotícias

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