Preso com assessor de vereador diz que não sabia de droga e foi chamado para buscar ‘doação’
18:18 05/01/2022
Ele contou que o carro em que estava era de propriedade do assessor
José Torres Júnior, 32 anos, preso em flagrante na noite de terça-feira (4) com Robson José Ximenes, 31 anos, alegou que não sabia da cocaína apreendida com o assessor parlamentar. Os dois foram presos no São Conrado com 41 quilos de cocaína, após José ser abordado por policiais do Batalhão de Choque quando tentava fugir em um Prisma.
Em depoimento, José contou que é funcionário na Funesp (Fundação Municipal de Esportes) e já tem passagens pela polícia, sendo que atualmente cumpre pena em regime domiciliar por uma condenação de roubo. Ele relatou que presta serviços para Robson, que é assessor do vereador Ademir Santana, há aproximadamente três anos.
Ainda segundo José, na tarde de terça Robson teria ligado para ele, pedindo que fosse junto buscar uma doação. Então, Robson foi até a casa do amigo no Prisma, que está em nome de um assistente parlamentar, nomeado no mesmo dia que Robson para cargo comissionado na Câmara Municipal de Campo Grande.
Assim, José assumiu a direção do carro e Robson foi indicando o local. Eles pararam em uma casa na região do Santa Luzia, onde o veículo foi estacionado de ré, na calçada. O motorista alega que ficou dentro do carro e viu o assessor conversando com um desconhecido, que colocou duas caixas de papelão no porta-malas do carro.
Depois, saíram dali e foram para casa de Robson, onde descarregaram as caixas dentro de um quarto. Eles ainda conversaram e, na hora de ir embora, Robson teria sugerido que ele saísse com o Prisma, para não ter que pedir carona para a esposa. Ele foi embora, mas voltou após o amigo pedir que ele levasse um carregador de celular.
Então, quando chegava, percebeu a viatura do Batalhão de Choque já na esquina na casa de Robson. José afirma que achou estranho e passou direto com o carro pelos policiais militares, mas alega que não tentou fugir. Ele ainda relata que não sabia da droga e que, após a prisão, Robson e um advogado teriam orientado que ele assumisse culpa pelo entorpecente.
Conforme o preso, Robson teria oferecido um cargo na Câmara para a esposa dele caso ele assumisse a autoria do crime de tráfico. Os dois foram levados para a delegacia, presos por tráfico de drogas.
Podem ser exonerados
O presidente da Câmara Municipal de Campo Grande, Carlos Augusto (PSDB), pronunciou-se novamente sobre a questão de outro comissionado do gabinete do vereador Ademir Santana (PSDB) estar envolvido no esquema de tráfico.
Carlão usou um ditado popular bem conhecido e ressaltou que se o mesmo é consciente do envolvimento no esquema, sabe que também terá a exoneração publicada imediatamente.
“Pau que dá em Chico dá em Francisco também, se ele está envolvido ou sabia desse esquema ele também será exonerado. Não vamos compactuar com esses tipos de atitudes”, pontuou. O vereador Ademir já tinha se pronunciado sobre a prisão de Robson. “Tomamos conhecimento na manhã de hoje que um membro da assessoria estaria envolvido em ocorrência policial. Lamentamos o ocorrido e ficamos surpresos, mas tenho confiança no trabalho da justiça e das autoridades policiais.
Sobre a pessoa de Robson, apenas podemos atestar a sua conduta enquanto assessor parlamentar e que levava diversas solicitações de melhorias para os bairros da sua região. Ao ser nomeado apresentou as certidões criminais negativas e infelizmente não podemos controlar ou conhecer as condutas particulares de cada um. Por fim, registramos que não compactuamos com o ocorrido e todas as providências para sua exoneração já foram tomadas”, disse.
Via Midiamax
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