Problemas estruturais após chuvas em Campo Grande permanecem sem solução
13:03 02/02/2023
Grande volume de água registrado no mês de janeiro escancarou diversos problemas na infraestrutura do município
Não é de hoje que as chuvas em Campo Grande escancaram problemas estruturais em diferentes pontos do município. Entre os casos mais recentes e que permanecem sem solução, a Avenida Filinto Muller, próxima ao Lago do Amor, está há quase um mês interditada em decorrência do desabamento de uma parte da via no dia 4 de janeiro.
Com as chuvas desta semana, a ponte entre a Rua José Antônio com a Avenida Fernando Corrêa da Costa foi interditada por tempo indeterminado após o grande volume de água ocasionar uma erosão na parte do aterro sob a cabeceira.
Enquanto a prefeita de Campo Grande, Adriane Lopes (Patriota), tem como prioridade avançar na pavimentação e na drenagem dos municípios que integram o recém-criado Consórcio Intermunicipal de Desenvolvimento Sustentável, as obras de reparação que precisam de mais atenção na Capital continuam sendo deixadas de lado.
A cratera localizada na Avenida Ernesto Geisel, em frente ao Ginásio Poliesportivo Avelino dos Reis, o Guanandizão, já completou um ano e meio e até hoje nenhuma solução foi dada ao problema. O imbróglio começou no fim de setembro/início de outubro de 2021.
Na época, a área foi sinalizada para que motoristas não caíssem no Rio Anhanduí, mas nenhuma obra de contenção da erosão foi feita pela Prefeitura de Campo Grande. O comparativo de uma foto feita no início de outubro de 2021 com uma obtida ontem mostra que a cratera só aumentou nesse período.Conforme noticiado pelo jornal, a ponte sobre o Córrego Lagoa, localizada na Avenida Panambi Vera, esquina com a Avenida Dr. Nasri Siufi (extensão da Avenida Prefeito Lúdio Martins Coelho), ficou por mais de um ano interditada.
À época, parte da estrutura foi comprometida em razão da força das chuvas, que provocaram erosão nas cabeceiras.
Na tarde de ontem, a equipe do Correio do Estado ainda flagrou um trecho da calçada em processo de erosão. Apenas as equipes da concessionária de água estavam presentes fazendo a manutenção do local.
LAGO DO AMOR
A Prefeitura de Campo Grande informou que as obras no Lago do Amor estão previstas em caráter de urgência, modalidade que dispensa licitação. Entretanto, há trâmites legais que precisam ser cumpridos.
Em nota, o Executivo informou que a Defesa Civil emitiu o laudo que atesta a urgência e emergência da obra. A Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS) já deu autorização para a intervenção em área de seu domínio.
“Estamos pendentes, agora, de licenciamento ambiental, já protocolado na Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Desenvolvimento Urbano (Semadur), para contratação da empresa de engenharia para o imediato início das obras”, diz trecho da nota da prefeitura.
No dia 4 de janeiro, Campo Grande registrou acumulado de 124,4 mm. À época, entre 16h10min do dia 4 de janeiro e 16h10min do dia 5, houve um acúmulo de precipitação de 165,2 milímetros na Capital, segundo dados do Cemtec.
PONTE INTERDITADA
Motoristas que descem a Rua José Antônio no cruzamento com a Avenida Fernando Corrêa da Costa estão impedidos de seguir reto por conta da cratera aberta abaixo da ponte na tarde de terça-feira (31).
Isso acontece porque, enquanto as chuvas previstas para os próximos 10 dias durarem, a Secretaria Municipal de Infraestrutura e Serviços Públicos (Sisep) fica impedida de começar obras de adequação no trecho.
Além dos equipamentos de contenção, que bloqueiam a passagem de veículos e de pedestres pela ponte, a Agência Municipal de Transporte e Trânsito (Agetran) está no local com agentes, na esquina da Avenida Fernando Corrêa com a José Antônio e também posicionados no cruzamento da Fernando Corrêa onde começa a Rua Sebastião Lima.
Na terça-feira, a Sisep apontou que o problema foi causado pela persistência das chuvas, gerando um deslizamento de cotas superior para inferior, provocando o afundamento do solo.
A prefeitura informou que, nesta quarta-feira, técnicos da Sisep fizeram vistoria no local para, por meio de cálculos estruturais, avaliar se há danos na ponte que possam demandar intervenção de engenharia.
“Depois dessa investigação será possível determinar os trabalhos a serem realizados e os procedimentos técnicos e administrativos para que seja restabelecida a normalidade naquela estrutura”, afirma o Executivo em nota.
CHUVAS EM JANEIRO
O primeiro mês do ano voltou a ser chuvoso em Campo Grande. De acordo com dados do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), o acumulado de chuvas entre os dias 1º e 31 foi de 328,6 mm, 57,69% a mais do que o volume de 208,8 mm registrado no mesmo período do ano passado.
Dados do Centro de Monitoramento do Tempo e do Clima do Estado de Mato Grosso do Sul (Cemtec/Semagro) apontam que a estação de medição da Embrapa registrou, em todo o mês de janeiro, acumulado de chuva de 342,4 mm na Capital.
De acordo com o meteorologista do Inmet Cleber Souza, a tendência de chuvas diárias deve permanecer durante o mês de fevereiro.
“Principalmente para este início do mês, teremos nos próximos dias a prevalência de muitas nuvens carregadas, com possibilidade de trovoadas isoladas”, destaca Souza.
Saiba: A Agência Municipal de Transporte e Trânsito orienta os motoristas que trafegam pela Rua José Antônio a pegar a Rua Joaquim Murtinho e, então, a Avenida Fernando Corrêa da Costa ou utilizar a Rua Pedro Celestino para cruzar o córrego.
Via Correio do Estado MS
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