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Professores cobram segurança em salas de aula da prefeitura

Circuito MS

11:29 07/04/2023

Com onda de violência nas escolas públicas de Campo Grande, professores da Rede Municipal de Ensino sentem-se desprotegidos e expostos a ataques

Com onda de casos de violência nas escolas públicas de Campo Grande, o Sindicato Campo-Grandense dos Profissionais da Educação Pública (ACP) cobra da prefeitura municipal ações para que os professores tenham segurança em sala de aula.

Em nota, a ACP informou que muitos professores encontram-se em sofrimento psicológico grave em decorrência da violência presente em sala de aula. A ACP ainda cobra da prefeitura municipal providências que resolvam a falta de atenção à saúde e à vida dos professores da Rede Municipal de Ensino (Reme).

“A situação é crítica. Muitos educadores encontram-se em sofrimento psicológico grave, o que leva à incapacidade de trabalho e à destruição de suas relações pessoais. A inércia da Prefeitura Municipal de Campo Grande em tomar providências tem levado à perda de vidas de educadores”, diz a ACP.

Há duas semanas, um aluno levou uma arma de mentira e ameaçou o diretor da Escola Estadual Teotônio Vilela, em Campo Grande. O diretor explicou ao Correio do Estado que só percebeu que o objeto era um simulacro quando conseguiu desarmar o adolescente. Ele ainda destaca que havia acabado de separar uma briga entre dois estudantes dentro da escola.

De acordo com a ACP, o episódio evidencia as condições insalubres às quais os educadores e estudantes estão expostos diariamente, diante da violência constante presente nas escolas públicas.
“A ACP manifesta solidariedade aos profissionais da educação e toda a comunidade escolar da Escola Estadual Teotônio Vilela e repudia veementemente toda violência que tem assolado as escolas públicas de Campo Grande”.

O sindicato ainda denuncia que a comunidade não possui amparo mínimo de segurança, com deficit de funcionários e falta de políticas públicas que amparam os profissionais da educação, promovendo um ambiente saudável nas unidades escolares.

Outro evento que marcou a falta de amparo aos professores foi a morte do professor Tiago Bianchi Silva Araújo, 42 anos, que foi encontrado morto em casa no dia 20 de março deste ano. O motivo constatado da morte foi suicídio. De acordo com colegas de profissão, o professor sofria de depressão e já havia pedido pelo afastamento das funções.

Segundo o presidente da ACP, Gilvano Kunzler Bronzoni, este ano, 260 professores foram readaptados por problemas de saúde. Os profissionais readaptados são afastados de suas funções por motivos físicos, psicológicos e emocionais.

De acordo com o Instituto Municipal de Previdência de Campo Grande (IMPCG), que atesta a readaptação, o afastamento das salas de aula pode ocorrer de forma provisória ou definitiva, em que o profissional passa a exercer atividades administrativas ou tarefas pedagógicas nas escolas.

Com os vários casos e relatos que envolvem profissionais da educação ocorridos nos últimos meses, a ACP afirma que a violência nas escolas públicas tem se tornado um problema crônico em Campo Grande.

De acordo com a ACP, só em 2023, o sindicato já recebeu denúncias e já noticiou casos de invasão, depredação, furto, agressão e ameaças em escolas públicas das redes estadual e municipal de Campo Grande.

O sindicato também critica o descaso e o desrespeito com a educação pública e seus principais agentes, entre os quais, professores e funcionários que prestam serviço a toda a sociedade.

PROTESTO

Após o caso de ameaça em uma escola municipal de Campo Grande, mães de alunos organizam protesto para acontecer na segunda-feira (10). As organizadoras pedem por mais segurança para os filhos e por uma posição mais firme da escola quanto ao caso.

A ameaça ocorreu por meio de uma pichação deixada no banheiro masculino da Escola Municipal José Mauro Messias, no Bairro Moreninhas. A mensagem, que foi escrita com caneta vermelha, dizia: “Chasina [sic!] 18/04/2023 aqui nessa escola no 8º [ano]”.

Via Correio do Estado MS

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