Cultura

Projeto oferece oficinas gratuitas de fotografia para crianças do Jardim Noroeste, na Capital

Circuito MS

9:22 01/08/2021

As oficinas do projeto Nosso Olhar – Fotografia para a Cidadania serão realizadas na sede da Associação Amigos de Maria

Depois de 10 anos sem realizar um projeto voltado para o ensino de fotografia, Elis Regina Nogueira e Vânia Jucá decidiram retornar com a iniciativa, no mês de agosto, no bairro Jardim Noroeste.

As oficinas do projeto Nosso Olhar – Fotografia para a Cidadania serão realizadas na sede da Associação Amigos de Maria, entidade sem fins lucrativos com atuação permanente no bairro há mais de 10 anos.

“A primeira vez que fiz um projeto nesse sentido foi na Escola Gape, a convite da professora. Na época, cresceu aquela sementinha dentro de nós. Posteriormente, realizamos outras oficinas, sempre focando nas crianças e nos adolescentes em situação de risco”, frisa Elis Regina.

Como “Nosso Olhar”, o projeto foi realizado pela primeira vez em 2002, quando a fotografia ainda era feita com câmeras analógicas.

“Tivemos várias edições, uma em escolas pantaneiras, outra em Unidades Educacionais de Internação (Uneis) e no projeto Ava Marandu – Os Guarani Convidam, em 2010. Foram várias ações, e agora a gente decidiu realizar mais uma no Jardim Noroeste, com 70 crianças”, comenta a fotógrafa.

Segundo a organizadora, o Jardim Noroeste foi escolhido para receber o projeto por concentrar o maior número de crianças de Campo Grande: 32,7% da população da região têm entre 0 e 14 anos de idade.

“O projeto está sempre focado nas crianças que não tem acesso, em situação de risco ou de vulnerabilidade”, pontua.

A preocupação com a biossegurança também está presente. Além dos lanches e das camisetas, os alunos terão máscaras de proteção individual e álcool em gel disponíveis.

O projeto conta com recursos do Fundo de Investimentos Culturais (FIC), da Fundação de Cultura de Mato Grosso do Sul, de 2019.

Com a pandemia, o projeto, que deveria ter ocorrido entre 2019 e 2020, foi readequado e pode ser realizado no mês que vem, com adequação das atividades às normas de biossegurança.

Mudança

Desta vez, o projeto conta com uma novidade para a primeira edição: os aparelhos celulares.

Cada vez mais tecnológicos e voltados para a qualidade da imagem, eles estão inseridos no cotidiano de milhares de pessoas, inclusive das crianças e dos adolescentes.

No projeto, a câmara escura desperta as crianças mais novas para o princípio da formação da imagem, utilizando materiais como papel-alumínio, papel vegetal e caixas de papelão.

Vale ressaltar que a câmara escura foi a primeira grande descoberta da fotografia. É uma caixa composta por paredes opacas que possui um orifício em um dos lados e, na parede paralela a esse orifício, uma superfície fotossensível.

Todo o processo é físico, o princípio da propagação retilínea da luz permite que os raios luminosos que atingem o objeto e passem pelo orifício da câmara e sejam projetados no anteparo fotossensível na parede paralela ao orifício.

Essa projeção produz uma imagem real invertida do objeto na superfície fotossensível. Quanto menor o orifício, mais nítida é a imagem formada, pois a incidência de raios luminosos vindos de outras direções é bem menor. Ou seja, é basicamente a primeira forma de fotografar.

As aulas acontecem de 3 a 26 de agosto, com três horas de duração cada encontro. Já as crianças de 11 a 15 anos utilizarão o celular. Serão cinco encontros com quatro horas de duração cada.

“Acredito que já tenhamos atendido de 400 a 500 crianças e adolescentes. É fundamental termos esse tipo de ação, o que a gente sabe a gente tem que repassar. Vivemos atualmente na era do compartilhamento. Para mim, tudo isso é uma missão”, frisa Elis.

Toda a produção será reunida, ao fim do projeto, em uma exposição no Museu da Imagem e do Som, o MIS, em Campo Grande. Antes, os trabalhos ficarão expostos na sede da Associação Amigos de Maria, com visitas monitoradas obedecendo aos protocolos de biossegurança do período.

Via Correio do Estado

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