Saúde

Recomendada aos idosos, caminhada pode prevenir doenças do cérebro

Circuito MS

15:49 13/10/2021

Estudos que acompanham pessoas idosas que praticam atividades aeróbias indicam melhora nas habilidades cognitivas

Estudos que acompanham pessoas idosas que praticam atividades aeróbias, como a caminhada, com frequência, indicam melhora nas habilidades cognitivas (que incluem o processamento de informações, a memória, o raciocínio e a linguagem).

“Tais efeitos devem-se, provavelmente, a um aumento do fluxo sanguíneo no cérebro, e portanto, do transporte de nutrientes”, explica o neurologista Marcelo Freitas Schmid.

Ele também cita evidências do aumento na atividade dos neurotransmissores -que levam sinais de um neurônio a outro- logo após o exercício, além de efeitos a longo prazo sobre as estruturas do cérebro.

O benefício é verificado em pacientes de todas as idades. Em crianças, por exemplo, maior capacidade aeróbia (que é o controle da respiração durante exercícios) é associada a um desempenho melhor em matemática. Mas para os idosos, ele é ainda mais importante.

“O processo de envelhecimento implica deterioração de todos os tecidos e órgãos, levando à vulnerabilidade do organismo, a alterações fisiológicas, e doenças”, explica Schmid. “Com o passar dos anos, algumas habilidades cognitivas das pessoas idosas vão se modificando.”

A deterioração no cérebro está ligada a condições comuns nesta fase da vida, como a doença de Alzheimer.

Ao adotar hábitos que fazem bem à saúde deste órgão, é possível prevenir ou atrasar a chegada destes problemas.

BENEFÍCIO EMOCIONAL

Mas a depressão e os transtornos de ansiedade também se instalam com frequência em indivíduos mais velhos.

A psicóloga Marina Vasconcellos explica por que a caminhada também consegue amenizar estes distúrbios.

“A caminhada faz você abrir seus horizontes. Você anda para a frente, para cima, para os lados, conhece o bairro, vê gente andando, famílias, carros”, descreve. “O movimento da cidade faz você sair do seu mundinho fechado, daquela depressão dentro de casa”.

“O fato de você estar caminhando e fazendo algo por você automaticamente aumenta sua autoestima, você fica mais confiante”, completa a psicóloga. “Reduz a sensação de impotência, porque você precisa enfrentar e também aceitar seus limites.”

A caminhada também é uma ótima oportunidade para chamar amigos e família num passeio e por o papo em dia.

CAMINHA NA TERCEIRA IDADE

Cérebro ativo

  • Com o avanço da idade, o volume de massa cinzenta em nosso cérebro diminui e neurônios se comunicam com maior dificuldade
  • Essa perda afeta habilidades de atenção, linguagem, memória, raciocínio, percepção e resolução de problemas

Exercícios físicos ajudam a desacelerar este processo de várias formas:

  • Estimulam o fluxo de sangue no cérebro, e, assim, o transporte de oxigênio e nutrientes
  • Aumentam a atividade de neurotransmissores
  • Reduzem o risco de desordens mentais
  • A longo prazo, cientistas acreditam que o exercício pode transformar algumas estruturas cerebrais e melhorar nossas habilidades cognitivas

Por que a caminhada?

  • Baixo impacto: realização mais fácil, e menores chances de lesões
  • Ar livre: aumenta a interação com o ambiente externo e a exposição ao sol
  • Social: pode ser feita na companhia de um familiar ou amigo, e também em grandes grupos
  • Controle: você decide a duração, o ritmo, e a frequência
  • Autoestima: reduz sensação de impotência, e incentiva a fazer outras coisas por seu próprio bem

Dicas:

  • Use roupas leves, confortáveis, absorventes de suor e apropriadas para o clima
  • Calce tênis próprios para corrida e caminhada, com design e amortecimento que previnem lesões e evite sapatos, sandálias ou chinelos
  • Caso sinta muito cansaço ou dores, procure um profissional de educação física e um médico
  • Para tornar o exercício mais fácil, convide um amigo ou parente, escolha um lugar agradável, um dia com clima ameno, e tente apreciar tudo o que vê ao seu redor
  • Exercícios de flexibilidade são ótimos aliados à caminhada, porque reduzem tensões na coluna e nas pernas

Via Correio do Estado

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