Redução no financiamento de imóveis usados deve impactar a venda de novos
17:35 26/09/2017
[Via Midiamax]
A redução do limite de financiamento de usados para até 50% do valor do imóvel deve impactar o mercado imobiliário como um todo, afetando também o comércio de imóveis novos. É a análise feita por entidades ligadas ao setor, após a medida anunciada pela Caixa Econômica e começou a valer nesta segunda-feira (25).
A diferença de porcentagem de financiamento do imóvel – que era de 60% ou 70%, dependendo da linha de crédito utilizada – acaba representando um valor alto para quem quer comprar um usado. “Com 50% ficou praticamente inviável a aquisição de imóveis usados. Dificilmente alguém vai ter R$ 80.000,00 a R$ 90.000,00 para dar de entrada. É uma restrição que vai comprometer o mercado imobiliário”, afirma Delso José de Souza, presidente do Creci-MS (Conselho Regional dos Corretores de Imóveis de Mato Grosso do Sul).
Para Delso, a restrição foi um balde de água fria no mercado que estava sinalizando uma retomada. Da mesma forma pensa Marcos Augusto Netto, corretor de imóveis e presidente do Secovi-MS (Sindicato da Habitação de Mato Grosso do Sul). “Vai dificultar a reação do mercado, agora que começou a sinalização de que a economia estava se recuperando. O setor imobiliário é um setor altamente desenvolvimentista. Se restringe o financiamento, tira o oxigênio desse mercado. É um mercado que estava morto há 2 anos”, analisa Marcos Augusto.
Tanto Delso, quanto Marcos Augusto afirmam que a decisão tomada pelo Governo Federal vai impactar o mercado imobiliário como um todo. “Quando alguém vende um imóvel usado, vende pra adquirir outro – novo ou melhor. Com essa restrição, mudam-se os planos”, declara o presidente do Creci. Marcos Augusto concorda, fazendo a comparação do setor imobiliário com o mercado de automóveis. “As pessoas vendem o usado para comprar o novo”, diz o presidente do Secovi.
Financiamento no setor privado
Segundo Marcos Augusto, a Caixa Econômica representa de 70% a 80% do financiamento imobiliário. Entretanto as instituições financeiras privadas podem aproveitar o momento. “Outros bancos não tomaram essa medida e isso pode acirrar a concorrência. Quem precisa de financiamento pode ir para o particular ou para o Banco do Brasil”, sugere ele. A opinião de Delso está em consonância. “A esperança é que os banco privados entrem nesse nicho de mercado que a Caixa está abandonando. Se entrarem vão abocanhar uma boa fatia do mercado”, alerta.
Redução temporária
Um olhar diferente e otimista é o da presidente do Sindimóveis-MS (Sindicato dos Corretores de Imóveis de Mato Grosso do Sul) Marta Recalde Lino. Segundo ela a redução aplicada pela Caixa Econômica é sazonal. “Todo ano isso acontece quando tem pouca verba. Reduzem para 50% e, a partir do momento quando tiver mais verba, volta ao normal. Normalmente quem vai comprar e precisa de financiamento tem que aguardar”, afirma.
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