Réu que esfaqueou vizinho por som alto disse que não tinha intenção de matar
17:50 24/10/2018
[Via Campo Grande News]
Acusado de matar o vizinho por causa de som alto, o técnico de instalações de rede e manutenção Flávio Rojas Vieira da Silva, 26 anos, está sendo julgado desde as 8h desta quarta-feira (24) no Tribunal do Júri em Campo Grande. Flávio confessou o crime, mas afirmou aos jurados que não tinha intenção de matar.
O caso aconteceu há quase 2 anos, no dia 2 de dezembro de 2016, por volta das 17h30, na Rua Frei Caneca, no Jardim Noroeste. Marciano Bispo Fontoura, 32 anos, foi morto com uma facada no peito por reclamar, diversas vezes, do barulho causado pelo vizinho. Segundo testemunhas, o autor ouvia funk diariamente no último volume e a vítima já havia reclamado da situação. Além do homicídio, Flávio responde a dois processos por violência doméstica, sendo por ameaça e lesão corporal contra a ex-mulher. O autor está preso desde o dia 14 de agosto do ano passado.
Em depoimento, Tainara Villalba do Nascimento, ex-namorada de Flávio, que estava com ele em casa no dia do crime, contou que os dois tinham ido em uma festa no dia anterior e chegado de madrugada. Eles acordaram por volta das 17h e iam para a casa da mãe de Flávio, quando Marciano entrou na casa para tirar satisfação. “Marciano ameaçou Flávio, mas não lembro direito o que ele falou”.
Flávio morava há 7 meses no local, quando aconteceu o crime. A ex-mulher de um primo do réu e proprietária da casa onde o crime aconteceu, Yasmim Cecílie da Rocha Dias, disse que Marciano chegou a mandar mensagem reclamando do novo vizinho por causa de som alto.
O acusado confessou o crime, mas relatou que na época trabalhava muito e quase não ficava em casa. Ele relembra, que quando mudou para o imóvel fez uma “festona” para comemorar e realmente extrapolou com o volume do som. Nesse dia, o vizinho reclamou da festa. “Yasmim ainda pediu desculpa, mas ele foi super grosso. Não sei o que ele tinha contra mim. Eu só o vi três vezes”, comentou o autor sobre o vizinho.
“Eu não queria matar, mas ele era muito prevalecido, entrava na minha casa e me xingava. Após o crime, Flávio fugiu para Dourados, onde se apresentou junto com um advogado. Ele só foi preso quando veio à cidade responder por uma lesão corporal.
Para a promotora Aline Mendes Franco Lopes, tanto Flávio quanto as testemunhas de defesa mentiram no plenário. “É cansativo esse circo armado”. O Ministério Público pede a condenação do réu por homicídio qualificado. O resultado do julgamento será divulgado no período da tarde.
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