Economia

Rombo nas contas externas soma US$ 18 bilhões até julho, mas é coberto por investimentos diretos

Circuito MS

17:51 26/09/2022

O resultado das transações correntes do Brasil com outros países ficou negativo em US$ 18,411 bilhões no primeiro semestre deste ano, mas foi coberto pelo ingresso de US$ 52,631 bilhões de investimentos estrangeiros ao setor produtivo.

No acumulado do ano até julho, o ingresso de investimentos estrangeiros destinados ao setor produtivo somou US$ 52,631 bilhões.

O resultado de transações correntes, um dos principais do setor externo do País, é formado pela balança comercial (comércio de produtos entre o Brasil e outros países), pelos serviços (adquiridos por brasileiros no exterior) e pelas rendas (remessas de juros, lucros e dividendos do Brasil para o exterior).

Em julho, o resultado ficou negativo em US$ 4,136 bilhões, o pior desempenho para meses de julho desde 2019, quando o saldo foi negativo em US$ 11,636 bilhões.

Apesar da nova atualização, as estatísticas do setor externo continuam defasadas devido à greve dos servidores do BC, encerrada no início de julho. Neste momento, normalmente, os dados de agosto já estariam disponíveis.

O número da conta corrente em julho ficou dentro do levantamento realizado pelo Estadão/Broadcast, que tinha intervalo de déficit de US$ 6,30 bilhões a US$ 1,425 bilhão (mediana negativa em US$ 3,80 bilhões).

 Pela metodologia do Banco Central, a balança comercial registrou saldo positivo de US$ 4,154 bilhões em julho, enquanto a conta de serviços ficou negativa em US$ 2,122 bilhões. A conta de renda primária também ficou deficitária, em US$ 6,535 bilhões. No caso da conta financeira, o resultado ficou negativo em US$ 3,915 bilhões.

A estimativa atual do BC é de superávit na conta corrente de US$ 4 bilhões em 2022. A projeção será atualizada no Relatório Trimestral de Inflação (RTI) desta semana.

Nos 12 meses até julho deste ano, o saldo das transações correntes está negativo em US$ 36,565 bilhões, o que representa 2,08% do Produto Interno Bruto (PIB). Este resultado é o maior déficit desde agosto de 2020 (2,22%).

Já os Investimentos Diretos no País (IDP) somaram US$ 7,723 bilhões em julho. No mesmo período do ano passado, o montante havia sido de US$ 6,646 bilhões.

O IDP engloba investimentos mais duradouros no País, como em uma nova fábrica ou ampliação da capacidade de uma instalação já existente no País.

O resultado ficou dentro das estimativas apuradas pelo Projeções Broadcast, que iam de US$ 1,2 bilhão a US$ 12,486 bilhões, com mediana de US$ 4,0 bilhões.

No acumulado do ano até julho, o ingresso de investimentos estrangeiros destinados ao setor produtivo somou US$ 52,631 bilhões. A estimativa do BC para este ano é de IDP de US$ 55 bilhões. A projeção será atualizada no Relatório Trimestral de Inflação (RTI) desta semana.

No acumulado dos 12 meses até julho deste ano, o saldo de investimento estrangeiro ficou em US$ 65,603 bilhões, o que representa 3,73% do Produto Interno Bruto (PIB).

Gastos dos brasileiros no exterior

No acumulado dos sete primeiros meses deste ano, ainda segundo o BC, os gastos de brasileiros no exterior somaram US$ 7,03 bilhões.

Em julho especificamente, as despesas dos brasileiros somaram US$ 1,05 bilhão, quinto mês seguido em quem as despesas lá fora superam a marca de US$ 1 bilhão, mas ainda menor do que o patamar pré-pandemia para meses de julho.

 Via Estadão

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