Rússia promete desescalada na Ucrânia, mas Ocidente pede que não se baixe a guarda
9:09 30/03/2022
O anúncio russo foi feito após uma reunião dos negociadores em Istambul, com o objetivo de buscar uma saída para um conflito
A Rússia se comprometeu nesta terça-feira (29) com uma desescalada em torno das cidades de Kiev e Chernihiv na Ucrânia, que viu sinais “positivos” na última reunião de negociação, mas as potências ocidentais pediram para não baixar a guarda até verificar que Moscou está cumprindo com sua palavra.
O anúncio russo foi feito após uma reunião dos negociadores em Istambul, com o objetivo de buscar uma saída para um conflito que começou com a invasão russa da Ucrânia em 24 de fevereiro e que já deixou milhares de mortos e milhões de deslocados.
O vice-ministro da Defesa da Rússia, Alexander Fomin, afirmou em Moscou que “as negociações sobre um acordo de neutralidade e o status não nuclear da Ucrânia entram em uma dimensão prática” e que a Rússia decidiu reduzir de maneira “radical” sua atividade militar em torno de Kiev, a capital do país, e Chernihiv, no norte.
O presidente da Ucrânia, Volodimir Zelensky, afirmou que viu sinais “positivos” nas negociações de Istambul, mas garantiu que seu país não reduziria seus “esforços de defesa” diante da invasão russa.
O Estado-Maior ucraniano advertiu em um comunicado nesta terça-feira à noite que “a chamada ‘retirada de tropas’ é provavelmente uma rotação de unidades individuais que busca confundir o comando militar” de Kiev.
Ceticismo ocidental
Os anúncios russos foram recebidos com ceticismo e receio pelas potências ocidentais, que após a invasão impuseram um arsenal de sanções econômicas à Rússia. Zelensky, por sua vez, pediu a esses países que mantenham a pressão “até que a guerra tenha acabado”.
Em uma conversa telefônica, os chefes de Estado e de governo do Reino Unido, Estados Unidos, França, Alemanha e Itália pediram a seus aliados para não baixar a guarda.
Boris Johnson (Reino Unido), Joe Biden (EUA), Emmanuel Macron (França), Olaf Scholz (Alemanha) e Mario Draghi (Itália) “afirmaram sua determinação de continuar elevando os custos para a Rússia por seus ataques brutais na Ucrânia, assim como de continuar oferecendo à Ucrânia assistência em matéria de segurança para se defender”, diz um comunicado conjunto desses países.
“Veremos se [os russos] vão cumprir”, declarou Biden aos jornalistas.
O Pentágono indicou que alguns contingentes russos “parecem estar se distanciando de Kiev”, sem que isso possa ser chamado de “um retrocesso ou uma retirada”.
“Acreditamos que o que eles [os russos] provavelmente têm em mente é um reposicionamento para priorizar outros lugares”, disse o porta-voz do Departamento de Defesa dos EUA.
Via Jornal De Brasília
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