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Santa Casa escolhe próximo presidente nesta quinta-feira

Circuito MS

10:02 10/11/2022

Mandatário comandará orçamento anual de R$ 385,2 milhões só de verbas vindas da gestão pública do Estado e do município, mas enfrentará endividamento da instituição

O maior hospital de Mato Grosso do Sul, a Santa Casa de Campo Grande, elege hoje os novos membros do conselho de administração e, depois, a nova presidência da unidade médica, que terá mandato de dois anos.
O novo gestor vai administrar um contrato com os poderes públicos municipal e estadual que por mês destina R$ 32,1 milhões para o hospital, um repasse de R$ 385,2 milhões por ano.

A eleição afeta não só os funcionários, mas também todos os pacientes que dependem da instituição.
A eleição será às 18h30min, no auditório do hospital. Primeiro serão escolhidos os nove novos membros do conselho de administração da Associação Beneficente de Campo Grande (ABCG). O número representa metade do total de cadeiras do conselho, que são 18.

Na disputa estão duas chapas: Por Amor à Santa Casa; e Nova Santa Casa. No total, são 112 associados da ABCG, dos quais 92 estão aptos a votar.

Compõem o grupo de conselheiros da chapa Por Amor à Santa Casa os seguintes nomes: Aleixo Paraguassu Neto; Carlos Ricartes de Oliveira; Eduardo Youssef Ibrahim; Ivan Araújo Brandão; Jary de Carvalho e Castro; João Nelson Lyrio; Marcos Alceu da Silva Villalba; Mário Antônio Cavinatto de Melo; e Onésio Bueno Freitas.

No caso da chapa Nova Santa Casa, os indicados são: Alcides dos Santos; Antônio Morais Ribeiro Neto; Carlos Roberto Taveira; Marco Antônio Carstens Mendonça; Maria (Eunice) de Souza Sá Silva; Maria Amélia Cunha Figueiredo; Renato Katayama; Sinval Martins Araújo; e Tiago Souza de Campos e Martins.
O resultado dessa eleição será decisivo para saber quem vai ser o novo presidente do centro médico. Isso porque, depois de escolhida a chapa com os novos membros do conselho, os 18 conselheiros se reúnem e votam para definir quem vai ser a chapa que ganhará a presidência.

Apoiada pelo ex-presidente Esacheu Nascimento, a chapa Nova Santa Casa tem entre seus nomes, inclusive, o também ex-mandatário Heber Xavier, que ficou na presidência do hospital após Esacheu deixar o cargo para concorrer à Prefeitura de Campo Grande, em 2020.

No caso da vitória dessa chapa, isso pode facilitar a candidatura para presidente de Nascimento, que pretende voltar ao poder dois anos depois de deixar o hospital para seguir carreira política.
Após voltar ao conselho, em uma reunião realizada no dia 15 de junho, Nascimento afirmou que não participaria das eleições neste ano. Em ata de encontro ocorrido no dia 27 de junho, o atual presidente, Heitor Freire, fez constar a informação.

“Na ata da reunião extraordinária do dia 15/06/2022 foi registrado que o presidente Heitor Rodrigues Freire recebeu ‘a visita dos associados Esacheu Cipriano Nascimento, Sinval Martins de Araújo e Antônio Moraes Ribeiro Neto, que manifestaram a intenção de se juntarem à atual diretoria para uma caminhada junta e, ao serem indagados se tinham a intenção de se candidatarem a presidente da ABCG, Esacheu Cipriano Nascimento afirmou que pretende apenas ser conselheiro, e os outros dois responderam que não tem interesse em se candidatarem a presidente'”, diz trecho de ata.

No entanto, Esacheu Nascimento e Sinval Araújo compõem uma das chapas para a presidência do hospital, como presidente e vice, respectivamente.

A outra chapa é composta por Alir Terra, como presidente, e
Jary Castro, como vice. Os dois apoiam a chapa de conselheiros Por Amor à Santa Casa.

DÍVIDAS

Apesar de movimentar um caixa que agora passará para quase R$ 400 milhões por ano só de repasses do contrato com a administração pública, a Santa Casa de Campo Grande está endividada.
Ao todo, a dívida chega a cerca de R$ 540 milhões, mas os maiores valores se referem a empréstimos em bancos, impostos atrasados e fornecedores que não foram pagos.

De acordo com matéria do Correio do Estado publicada nesta terça-feira (8), com instituições financeiras a dívida é de cerca de R$ 190 milhões, grande parte contratada durante a gestão de Esacheu Nascimento (2016 a 2020), quando passou de R$ 80 milhões para R$ 170 milhões.

Já com relação aos fornecedores o salto foi maior, a dívida passou de R$ 18 milhões, em 2016, para R$ 56 milhões, em 2020. Hoje o montante é de R$ 60 milhões.

Saiba

Hoje o hospital deve R$ 170 milhões em impostos. O montante saiu de R$ 4 milhões, em 2016, para R$ 60 milhões, em 2020 valor 15 vezes maior em quatro anos. Nos últimos dois anos, a dívida cresceu quase três vezes.

Via Correio do Estado MS

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