Polícia

Testemunha “ameaçada” sai em defesa de guardas e denuncia delegado do Garras

Circuito MS

14:20 12/06/2019

[Via Campo Grande News]

Mas o Gaeco pede o retorno à prisão. “É primordial para a manutenção da ordem social, da efetividade da investigação criminal e da futura instrução criminal, sob pena de perigo à vida de testemunha e ao próprio resultado útil do processo”.

A defesa de Robert e Rafael afirma que o Ministério Público parte de “premissa equivocada”, sem existência de perigo à vida da testemunha. Foi anexada a carta em que a pessoa escreveu não se sentir ameaçada pelos três e que não foi procurada por eles após deixarem a prisão.

“Hóspedes” no Garras – A defesa também anexou a representação feita pela testemunha à Corregedoria da Polícia Civil contra o Garras. O documento foi recebido no último dia 6. A testemunha relata que houve busca em sua residência sem autorização, ação que fere a inviolabilidade do domicilio. Ela destaca que a busca foi desproporcional, truculenta e diante de crianças.

A denúncia narra que a testemunha e duas crianças também foram mantidas “hospedadas” em um quarto da delegacia de 22 a 27 de maio. Ela conta que foi informada do risco de serem mortos, dado revelado em interceptação telefônica.

A testemunha relatou que em 22 de maio as crianças foram levadas da escola para o Garras. Enquanto ela prestava depoimento, eles ficaram sozinhos por longas horas, sendo alimentados com balas e bolachas, mas, sem cuidado de um responsável, a mais nova urinou na roupa, ficando envolta apenas com um casaco.

Conforme o pedido para abertura de sindicância, é inadmissível que crianças sejam “abrigadas” em delegacia e permaneçam praticamente “encarceradas”. A reportagem não conseguiu contato com a Corregedoria da Polícia Civil.

Titular do Garras, o delegado Fábio Peró afirma que a denúncia é um ato de desespero. “Na verdade, já percebi que os advogados estão completamente desesperados. Estou muito tranquilo sobre a permanência dela aqui. O que falou e o que pediu para nós. Voltou atrás depois de conversa com advogados da organização criminosa, sem escrúpulo nenhum”, afirma.

Conforme Peró,o procedimento vai verificar que não houve irregularidade e, posteriormente, ele irá formalizar processo por denunciação caluniosa.

Comente esta notícia