Mato Grosso do Sul

Transporte pelo Rio Paraguai bate recorde histórico em maio

Circuito MS

18:19 10/07/2023

Entre minérios e soja, pela hidrovia foram despachadas 920 mil toneladas num único mês. Neste ano, transporte aumento 52% ante 2022

Com aumento de 52% na comparação com os cinco primeiros meses do ano passado, dados da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (ANTAQ) mostram que a hidrovia do Rio Paraguai nunca foi tão utilizada quanto neste ano. Em maio foram despachadas 920,1 mil toneladas, volume recorde para um único mês desde que a agência começou a disponibilizar os dados, em 2010. 

Nos cinco primeiros meses do ano foram transportadas 3,3 milhões de toneladas, o que equivale a 661 mil toneladas por mês. O recorde mensal anterior havia sido de 596 mil mensais, em 2014, quando o ano fechou com 7,15 milhões de toneladas. 

Então, seguindo este ritmo, aquele volume anual tende a ser batido, já que historicamente os meses de junho, julho e agosto estão entre os recordistas em embarques. 

Em maio, conforme a ANTAQ, foram despachadas 293 mil toneladas de soja, principalmente de Porto Murtinho, o que tirou das estradas cerca de 5,8 mil carretas bi-trem que seriam necessárias para transporta tamanho volume por rodovias. 

Na comparação com o ano passado, o volume de soja despachado nos primeiros cinco meses aumentou em 258%, o que pode ser explicado pela quebra na safra argentina. Por isso, Mato Grosso do Sul passou a exportar a oleaginosa para o país vizinho. 

Mas o principal produto que passa pela hidrovia do Rio Paraguai são os minérios. Só em maio foram 611 mil toneladas, evitando que mais de 12 mil carretas transitassem pela BR-262, entre Corumbá e Campo Grande. 

Além da geração de empregos, a extração de minérios também garante arrecadação de impostos para as prefeituras e o Governo do Estado. Somente com a Compensação Financeira da Exploração de Recursos Naturais (CFEM) a prefeitura de Corumbá arrecada em torno de R$ 6,5 milhões mensais. 

NÍVEL DO RIO PARAGUAI

Uma das principais explicações para o aumento no transporte hidroviário, além do interesse pelo minério e pela soja, é a cheia do Rio Paraguai, que neste ano atingiu o maior nível dos últimos cinco anos. 

Na régua de Ladário ele chegou a 4,18 metros nesta segunda-feira (10). Desde o final de março de 2018 o rio não subia tanto.

Naquele ano, o pico chegou a 5,35 metros. E, quanto mais alto o nível, maior o volume que pode ser transportados pelas barcaças, já que o risco de ficarem enroscadas nos bancos de areia é menor. 

A última vez que havia chegado perto do nível desta semana foi em julho de 2019, quando o pico alcançou 3,92 metros. Nos anos seguintes, por conta da escassez de chuvas em Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, ficou longe disso. 

Em 2022, o máximo foi de 2,64 metros. No ano anterior, o pico nem mesmo atingiu os dois metros. O máximo ficou em 1,88 metro.  Em 2020, o nível máximo chegou a 2,10 metros. Com menos de 1,5 metro na régua de Ladário o transporte já começa a ser prejudicado. 

Via Correio do Estado MS

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