UFMS aumenta o valor de refeição de restaurante universitário, e estudantes organizam protesto contra
19:10 29/03/2022
Acadêmicos convocaram um ato para amanhã (30), em frente à Reitoria da instituição
A Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS) anunciou nesta semana que irá aumentar o valor do Restaurante Universitário (RU), de R$2,50 para R$3,00, para os estudantes que possuem renda familiar de até 1,5 salário mínimo, e de R$4,50 para R$15,00 para os demais estudantes.
A União Nacional dos Estudantes (UNE) e a União da Juventude Socialista (UJS) foram chamados por estudantes para compor um ato para amanhã (30), às 9h30 em frente à Reitoria da instituição para ir contra o reajuste. Centros Academicos também estão se articulando para programar ações a respeito do aumento. O restaurante está fechado desde o retorno das aulas, no último dia 7, e a previsão para a reabertura é para a segunda semana de abril.
Até lá, os alunos contam apenas com as lanchonetes localizadas em alguns pontos da UFMS, com a ajuda do Diretório Central Estudantil (DCE), que recebeu um micro-ondas doado pela Associação dos Docentes da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (Adufms) e de Centros Acadêmicos (CA) que também tem deixado micro-ondas e geladeiras à disposição dos alunos. A Adufms informou também que outras ações estão sendo pensadas para poder ajudar os estudantes a comer e driblar essa situação de vulnerabilidade financeira.
Em nota publicada nessa segunda-feira (28), a UFMS informou que 83,7% dos alunos serão subsidiados pela universidade, pois possuem renda per capita de até 1,5 salário mínimo, o que os tornam elegíveis ao CadÚnico do Governo Federal. O subsídio é realizado por meio do Programa Nacional de Assistência Estudantil (PNAES).
Hector Souza é acadêmico de economia, e afirma que a mudança não vai impactar na sua renda, pois não depende mais do restaurante, mas afirma que é contra o aumento. “Para muitos, muitos mesmo, as refeições feitas no R.U são as principais do dia dele. Muitos saem das aulas, almoçam e a noite pegam ônibus, caminham e percorrem até grandes distâncias pra poderem jantar na faculdade, porque mesmo com toda a logística, compensa para muitos”, opina o estudante.
Gabriel Recalde, presidente do Centro Acadêmico de Psicologia informou que a universidade não amparou os estudantes desde o fechamento do RU. Alguns estudantes como os de medicina conseguiram fazer parceria com restaurante para venda de marmitas, outra estudante começou a vender comidas para suprir essa demanda. “A gente fez uma vaquinha e comprou um micro-ondas para deixar para os estudantes usarem, porque o nosso bloco estava sem”, diz Recalde. O estudante também disse que os acadêmicos irão analisar a licitação, os contratos da universidade e realizar uma contraproposta, pois o cálculo da UFMS não estaria de acordo com a realidade dos alunos.
“Até agora a questão pra você conseguir o desconto no RU ele era de auto-declaração, agora só os estudantes com o CadÚnico atualizado tem direito a esse subsídio, e a universidade não tem os dados de quantos estudantes tem o CadÚnico atualizado”, diz Recalde a respeito da porcentagem publicada pela UFMS sobre os alunos que estariam subsidiados. Para o acadêmico, a falta do RU ameaça a permanência dos alunos na universidade, pois a maioria deles são de cursos integrais, ou ficam no contra turno para projetos, ou estágios. “Quando o RU voltar a gente não sabe ao certo o que vai acontecer, porque do mesmo jeito que a universidade não tem os dados concretos, os números exatos, a gente também não tem”, finaliza Gabriel.
Via Correio do Estado MS
Comente esta notícia
compartilhar