Veja as sugestões de filmes e séries para assistir nas plataformas digitais
10:38 01/11/2020
A dica da semana é a série “O Homem do Castelo Alto”, disponível na Amazon Prime Video
Dica da Semana: “O Homem do Castelo Alto”
Uma das séries de maior sucesso da Amazon Prime Video imagina um mundo onde o Eixo venceu a Segunda Guerra Mundial
Em 1963, o autor americano Philip K. Dick lançava um de seus livros mais conhecidos até hoje: “O Homem do Castelo Alto”. Essa obra rendeu ao escritor o prêmio Hugo e um lugar na história como um dos melhores autores de ficção científica de todos os tempos. Em 2015, a Amazon Prime Video lançou a adaptação do livro em formato de série, contando com dez episódios em sua primeira temporada. De início, o anúncio da plataforma foi encarado com certa desconfiança pela crítica e pelos fãs da obra original, pois a história de Dick, além de ser bastante densa, é repleta de personagens com suas próprias narrativas. Porém, logo que estreou a série fez um enorme sucesso e sua quarta – e última – temporada foi lançada em novembro de 2019.
“O Homem Do Castelo Alto” se passa em 1962 e especula sobre um mundo em que o Eixo (formado pelo Japão e a Alemanha) e o regime fascista que saíram como grandes vencedores da Segunda Guerra Mundial. Com isso, os dois países entram em uma espécie de Guerra Fria, dividindo o mundo entre territórios japoneses e alemães. Nessa realidade, a escravidão é legalizada e os judeus – que vivem se escondendo com identidades falsas – são perseguidos. Como a ascensão de um governo totalitário, há também o surgimento de movimentos de resistências, cada um tendo um foco mais específico de acordo com o progresso das temporadas.
Os personagens principais, apesar de serem de diversas partes do mundo, tem suas vidas entrelaçadas quando acabam tendo acesso a filmes caseiros proibidos que retratam uma realidade onde os Aliados (EUA, URSS, Inglaterra e França) saíram vencedores da guerra. O que torna a proposta de “O Homem do Castelo Alto” muito instigante é justamente a criação dessa realidade paralela a partir do mundo existente, misturando fatos reais com ficção a ponto de confundir o espectador sobre o próprio rumo tomado pela Humanidade nos últimos anos.
Link para o trailer de “O Homem do Castelo Alto”.
Quando não se pode sair
Ao trazer problemas sociais para o gênero de terror, “O Que Ficou Para Trás” dá outra dinâmica para os clássicos filmes de casa mal assombrada
Com uma pegada diferente dos clássicos filmes de terror sobre casas assombradas, “O Que Ficou Para Trás” é uma produção original que estreia na Netflix no dia 30 de outubro, às vésperas do Halloween. O longa marca a estreia de Remi Weekes, vencedor do prêmio NHZ de cineasta emergente no Festival de Sundance de 2020, como diretor e acompanha a história de um casal de sudaneses – interpretados por Wunmi Mosaku e Sope Dirisu – que busca asilo no Reino Unido. Porém, o que era para ser um novo lar para os dois acaba se mostrando um grande pesadelo.
Depois de uma traumática viagem de barco até a Europa, Bol e Rial conseguem fugir da guerra que assola sua cidade natal, no Sudão do Sul. Já em solo britânico, o casal entra para um programa do governo para refugiados e lhes é concedida uma casa temporária enquanto ainda não estão com a sua situação no país definida. Por conta dessa instabilidade, os dois devem seguir uma série de normas e diretrizes ditadas pelo governo. Conforme os dias vão se passando, coisas estranhas vão acontecendo na casa. Barulhos vindos da parede, objetos caindo sem explicação e sons de passos no teto são só algumas das atividades assustadoras que ocorrem na casa. Porém, o casal não pode reclamar ou pedir por outra casa, pois, para serem expulsos do país, é necessário muito pouco.
Assim, Bol e Rial tentam permanecer na casa, mesmo quase sendo levados à loucura por um espírito que acreditam ter alguma relação com a viagem que fizeram até o Reino Unido. Como se não bastassem os horrores dentro de casa, o casal ainda precisa lidar com uma vizinhança preconceituosa e nada acolhedora, retratando as dificuldades encontradas por muitos refugiados em sua busca por asilo em outros países. “O Que Ficou Para Trás” segue a mesma linha do filme “Corra” ao trazer para o gênero do terror questões sociais do mundo atual.
Link para o trailer de “O Que Ficou Para Trás”.
Pelas linhas do trem
Aclamado longa de Sandra Kogut sobre a realidade carioca chega à Netflix
Imortalizado na Bossa Nova e no carnaval, o Rio de Janeiro é um importante centro cultural e econômico brasileiro. A cidade sofre de problemas crônicos com relação à desigualdade regional, evidências de que, fora da zona sul, a palavra “maravilhosa” ganha outro sentido. Nesse sentido, o filme “Campo Grande” de Sandra Kogut é um perfeito retrato das realidades antagônicas que, de alguma forma, convivem na metrópole carioca. Vencedor do Festival Rio de Cinema em 2016, o longa estará disponível na Netflix a partir do dia 30 de outubro.
Com apenas a roupa do corpo, a mochila escolar e um bilhete de loteria rabiscado, Rayne (Rayne do Amaral) é abandonada na portaria de um prédio em Ipanema. Entre os rabiscos há o nome de Regina (Carla Dias), uma dona de casa recém-divorciada, ressentida pela decisão da filha de morar com o pai e por precisar sair do apartamento em que vivia desde pequena. Sem saber quem é aquela menina maltrapilha que foi instruída pela mãe a permanecer ali, Regina também não demonstra o menor interesse em descobrir, pois acredita já possuir problemas demais. No entanto, com a chegada de Ygor (Ygor Manoel), irmão de Rayne, torna-se impossível ignorar a questão e ela pede que a empregada cuide das crianças enquanto ela busca uma solução.
O que Regina quer é uma forma rápida de retirar esses dois pequenos intrusos de sua vida e, por um breve momento, até consegue levar Rayne para um abrigo de adoção. Mas a teimosia de Ygor – determinado a se reencontrar com a mãe – e os constantes olhares desgostosos da filha (Julia Bernat), levam essa mulher extremamente elitista a embarcar numa jornada pelo subúrbio carioca. Assim, Regina finalmente é obrigada a lidar com um Rio de Janeiro que sempre escolheu ignorar, mas que, como ela, tenta se reinventar em meio ao caos.
Link para o trailer de “Campo Grande”.
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