Automobilismo

Vendas de carros a célula de hidrogênio sobem 257% nos EUA em 2020, mas futuro é incerto

Circuito MS

8:51 06/02/2022

Nos Estados Unidos, o ano de 2020 foi terrível para carros a hidrogênio: apenas 937 foram vendidos, representando uma queda de 55% em relação a 2019. Em 2021, esse número disparou para 3.341: um aumento de 257%.

Os números são da California Fuel Cell Partnership (“Parceria de Células de Combustível da Califórnia”). As vendas foram dominadas por um modelo: o Toyota Mirai, com 2.629 unidades. Esse foi seguido pelo Hyundai NEXO, com 430. Os outros modelos somam apenas 282 unidades.

Ainda que tragam algum otimismo, esses números são pífios quando comparados aos quadro geral de elétricos nos Estados Unidos, que chegou a 434 mil veículos em 2021.

O que é um carro a hidrogênio

Carros de célula de hidrogênio são um tipo de veículo elétrico que pretende ser uma opção aos carros a bateria pura (BEVs). É algo, do ponto de vista do consumidor, mais parecido com um híbrido ou convencional. Você simplesmente abastece no posto.

O hidrogênio gera eletricidade por reações químicas, e isso alimenta um motor elétrico. Com isso, usa-se um combustível físico no lugar de eletricidade, e o abastecimento é como o de um carro convencional. Isso resolve um dos maiores transtornos para donos de elétricos: a demora no abastecimento e a falta de instalações de carregamento rápido. E esse rápido é, ainda assim, ao menos 30 minutos, versus segundos de um tanque de hidrogênio.

O que parece ter dado errado é, não sem ironia, que quem tem carro a hidrogênio tem medo de não achar abastecimento. O número de postos oferecendo a opção só cresceu 5% nos EUA no ano passado. Continua a ser uma opção exótica.

E a tecnologia de bateria deu seus saltos. Elétricos hoje tem mais autonomia que muitos carros de combustão interna, e é cada vez mais fácil achar postos de carregamento rápido, muitas vezes gratuito.

Assim, pode acontecer de o carro a hidrogênio seja uma tecnologia natimorta.

Pode ser, porém, que ela tenha um futuro nos céus: aviões precisam de uma densidade energética que baterias não podem prover por seu peso, e nisso o hidrogênio continua a ser um bom pedido, ainda que tenha outros desafios, como o grande volume dos tanques.
Via Olhar Digital

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