Por fim, ele invoca sua obra e seus 48 anos de profissão como testemunhas de sua índole. “Admito, sim, que piadas podem ser a manifestação irrefletida de um histórico de discriminação e exclusão. Mas constitui um erro grave tomar um gracejo circunstanciado, ainda que infeliz, como expressão de um pensamento. Até porque não se poderia tomar um pensamento verdadeiramente racista como uma piada.”
William Waack abre o jogo sobre caso que motivou saída da Globo
16:14 14/01/2018
[Via Veja]
O ex-apresentador do Jornal da Globo William Waack escreveu um artigo para o jornal Folha de S. Paulo neste domingo, em que nega ser racista e pede desculpas pelo comentário que culminou em sua demissão da rede Globo, há quase um mês.
Waack começa o texto assumindo a culpa pela piada que vazou na internet. “Desculpem-me pela ofensa; não era minha intenção ofender qualquer pessoa, e aqui estendo sinceramente minha mão”, diz. Em seguida, ele ressalta que existe racismo no país e que comentários do tipo podem sim contribuir para tal problema, mas garante que o episódio infeliz em nada representa quem ele é.
“Durante toda a minha vida, combati intolerância de qualquer tipo —racial, inclusive—, e minha vida profissional e pessoal é prova eloquente disso. Autorizado por ela, faço aqui uso das palavras da jornalista Glória Maria, que foi bastante perseguida por intolerantes em redes sociais por ter dito em público: ‘Convivi com o William a vida inteira, e ele não é racista. Aquilo foi piada de português.’”, diz, antes de garantir que não listaria ali os muitos amigos negros que tem, pois não separa colegas por cor ou religião.
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