Período chuvoso traz nova onda de buracos no asfalto da Capital
9:06 23/08/2022
Desde o início da pandemia de Covid-19, a prefeitura reduziu diversas vezes as equipes encarregadas de tapar buracos
Os buracos continuam sendo motivo de transtorno para moradores de Campo Grande. O cenário, que já era crítico antes, agora se tornou ainda mais evidente, após as fortes chuvas da semana passada atingirem todas as regiões da cidade.
O volume de precipitação registrado neste mês foi o maior para o período desde 1998, que contabilizou 147 milímetros de chuva nos 31 dias de agosto. Este ano, em 18 dias, a Capital registrou 200 milímetros de chuva.
No Bairro Nova Lima, um ônibus de transporte coletivo que atende a linha Anache/Nova Bahia atolou em um buraco, na quinta-feira (18), no cruzamento da Rua Jerônimo de Albuquerque com a Rua Haroldo Pereira. Moradores relataram que o veículo permaneceu no local por mais de duas horas.
Após a ocorrência, a Secretaria Municipal de Infraestrutura e Serviços Públicos (Sisep) abriu uma cratera no local para o escoamento da água, ação que faz parte da obra de drenagem e pavimentação do Bairro Nova Lima. De acordo com o titular da Sisep, Rudi Fiorese, o trabalho está previsto para terminar em meados de 2023.
Questionado sobre quando a cratera localizada no cruzamento das ruas será fechada, o secretário não respondeu. O buraco interditou parte da Rua Jerônimo de Albuquerque e da Rua Haroldo Pereira.
Moradores e comerciantes demonstram ansiedade para que o buraco seja fechado logo e ressaltam que o problema tem atrapalhado as atividades comerciais.
A proprietária de um salão de cabeleireira localizado a poucos metros da cratera da Rua Jerônimo de Albuquerque, Olinda Pereira, de 53 anos, contou ao Correio do Estado que o orçamento fica comprometido com a interdição da rua.
“O ônibus caiu aqui na quinta-feira. Aí, na sexta-feira eles vieram, abriram um buraco maior ainda da [Rua] Haroldo Pereira até aqui. E meu movimento depende do povo daqui. Está muito parado para mim, eu quero saber quando eles vão resolver”, pontuou.
De acordo com pequena empresária, a esperança é de que a Prefeitura de Campo Grande normalize a situação até o fim desta semana. Ela evidenciou que os buracos eram recorrentes, mas nada comparado ao tamanho da fenda aberta pela roda do ônibus de trasporte.
“ Já tinha acontecido um buraquinho, depois a drenagem passou e eu acho que não fechou com cimento. Quando o ônibus passou [durante a chuva] abriu o buraco”, finalizou.
Sebastião Borges Carvalho, 77 anos, mora em frente a uma das crateras de drenagem e contou que o transtorno não tem atrapalhado a vida em sua casa, exceto quando chove.
“Quando choveu, a terra veio aqui para a varanda, porque está muito alta. Eu pensei que tampariam isso hoje, porque vieram cedo ver, mas nada ainda”. O morador espera que a rua seja liberada em breve. “Estão fazendo uns buracões. Se fizer logo, tudo bem. Agora, se demorar um mês, um ano, aí não dá”, completou Carvalho.
BURACOS
A reportagem percorreu alguns bairros da região Anhanduizinho, que compreende os bairros Aero Rancho, Centenário, Guanandi, Jockey Club, Los Angeles, Parati e Piratininga. Segundo o titular da Sisep, a região é responsável pela maior demanda de reparação na malha asfáltica e inúmeras ruas estão repletas de buracos.
Henrique Holsback, de 29 anos, é dono de uma loja de informática na Rua dos Ipês, no bairro Jockey Club. O proprietário destacou que há buracos “fazendo aniversário no local”.
Conforme Holsback, o tapa-buraco chegou a comparecer na região, mas se limitou apenas à rua de cima.
“O buraco está aqui há muito tempo. Eles vieram tampar os buracos, mas acabaram trabalhando em apenas um pedaço da rua e o resto não terminaram. Quando vieram arrumar o buraco ali em frente, achei que arrumariam tudo, mas pararam na esquina. Faz uns dois meses já. E de lá para cá começou a chover muito, o que já resultou em pelo menos 30 buracos na rua”, contou.
A situação, além de colocar em risco o trânsito seguro de motoristas, motociclistas, ciclistas e pedestres, irrita motoristas que precisam desviar dos furos na malha asfáltica para conseguir trafegar na região.
Luciano Yamauchi, de 48 anos, também morador da Rua dos Ipês, evidenciou o descontentamento com a manutenção das vias. “Está deixando a desejar. Aqui e na rua de baixo, que tem ainda mais buraco”, disse.
O problema reflete diretamente na suspensão dos veículos. O motorista ressaltou que já trocou a peça mais de uma vez por causa dos buracos. “A suspensão desse caro, por exemplo, tem que mandar fazer de novo, porque estourou. Tanto desse caro quanto do outro que já tive, mandei trocar a suspensão por causa disso”, acrescentou.
De acordo com o morador, a durabilidade da peça mecânica também é reduzida em razão dos impactos. “O que resistiria a 120 km, hoje, dura menos de 60 km”, segundo Yamauchi.
SAIBA
Em março, 10 equipes cuidavam das operações de tapa buraco na Capital, após a redução de cinco grupos em razão da pandemia de Covid-19. O Correio do Estado questionou o titular da Sisep a respeito do assunto, mas não obteve resposta até o fechamento desta reportagem.
Via Correio do Estado MS
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