Saúde

No mês de alerta sobre o câncer de boca, preocupação é sobre o uso de cigarro eletrônico

Circuito MS

15:52 14/11/2022

Conforme estimativa realizada pelo Instituto Nacional do Câncer, Mato Grosso do Sul pode ter até o fim do ano mais de 200 casos da doença

O câncer bucal também é conhecido como câncer de lábio e cavidade oral, o tumor maligno
pode afetar lábios, gengivas, bochechas, céu da boca e língua.

Em estimativa do último triênio realizada pelo Instituto Nacional do Câncer (INCA), Mato Grosso do Sul pode ter 220 novos casos de câncer bucal até o fim de 2022, sendo 170 entre homens e 50 entre mulheres. Apenas em Campo Grande, a estimativa é de 80 casos.

Há uma preocupação entre especialistas sobre o aumento de casos de câncer bucal no público mais jovem e relaciona esse crescimento ao uso de cigarro eletrônico.

“Nenhum cigarro faz bem, pois é composto de nicotina. No entanto, o cigarro eletrônico, além da nicotina, tem um dispositivo que faz ele aquecer para sair o vapor. Esse dispositivo contém formol, provocando alterações nas células do DNA, levando ao surgimento de lesões pré-cancerizáveis. O uso está constante e em grande quantidade, o que só aumenta a incidência de doenças muito graves, como os carcinomas”, menciona Fernanda Santiago, professora de Odontologia da Uniderp.

Entre os fatores que contribuem para o surgimento do tumor, há destaque para o tabagismo, consumo de bebidas alcoólicas, exposição ao sol sem proteção, excesso de gordura corporal, o contato constante com amianto, fuligem de carvão, bem como poeira de madeira, couro, cimento e cereais, além de infecção por papilomavírus humano (HPV).

“Mais comum em homens acima de 40 anos, mas ganhando espaço entre o público mais jovem por conta do cigarro eletrônico, a maior parte dos casos é diagnosticada em estágio já avançado e o tratamento merece atenção”, afirma o dentista Luiz Fernando Maziero.

Especialista aconselha a não ignorar qualquer anormalidade, sempre observar se há lesões ou qualquer tipo de ferida que não cicatrize na boca, manchas avermelhadas ou esbranquiçadas, nódulos ou rouquidão persistente

Em casos mais avançados, o profissional destaca que dificuldade na fala, na mastigação ou na movimentação da língua devem ser relatadas ao médico de imediato.

No Brasil, a média de novos casos de câncer bucal é de 11 mil em homens e 4 mil em mulheres, por ano. Os números levantados pelo INCA, apontam que, a cada 100 mil homens, 10 casos surgirão da doença; e a cada 100 mil mulheres, pouco mais de 3, elevando a doença ao topo entre os mais frequentes tipos de cânceres.

Semana de prevenção

O governo federal realiza em novembro a Semana Nacional de Prevenção do Câncer de Boca. A data comemorativa foi instituída pela Lei nº 13.230/2.015.

Tem como principais objetivos, estimular ações preventivas e campanhas educativas relacionadas ao câncer bucal; promover debates e outros eventos sobre as políticas públicas de atenção integral aos portadores de câncer bucal; apoiar as atividades organizadas e desenvolvidas pela sociedade civil em prol do controle do câncer bucal; difundir os avanços técnico-científicos relacionados ao câncer bucal.

Hábitos saudáveis são aliados na prevenção

Adotar hábitos saudáveis é um grande aliado na batalha contra inúmeras doenças ao longo da vida sejam elas cardiovasculares, respiratórias crônicas ou renais; e o câncer não está fora desta lista. Confira abaixo quais práticas podem te auxiliar.

  • Manter a higiene bucal;
  • Ingerir alimentos ricos em vitaminas e minerais, principalmente vitamina C;
  • Evitar o consumo de fumo e de álcool;
  • Consultar regularmente um dentista;
  • Equilibrar o peso corporal;
  • Usar preservativo na prática do sexo oral.

O autoexame é um método de acompanhar como está a saúde bucal. Por meio dele, é possível observar mudanças na aparência dos lábios e da parte interna da boca. Ainda assim, a análise de um profissional não deve ser descartada, enfatiza Maziero.

“Mesmo que sem aparente sintoma, a visita periódica a um cirurgião dentista é fundamental para tranquilizar o paciente e garantir que o carcinoma seja tratado ainda no estágio inicial, caso identificado nos exames clínicos, após a consulta. Há diversas doenças comuns que podem ser identificadas por cirurgiões dentistas, como diabetes, cirrose hepática, sarampo, tuberculose, entre outras patologias orais”, conclui.

Em casos de diagnóstico positivo deve-se partir para tratamento e possível cirurgia. A avaliação médica é quem determinará a melhor forma de tratamento e cerca de 80% dos casos, se acompanhados, têm cura.

Via Correio do Estado MS

Comente esta notícia